São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2004

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MUNDO CONECTADO

LAN houses visitadas cumprem a maioria das normas, mas classificação etária em local visível é raridade

Lista com a idade para jogos é "esquecida"

CLAUDIA JORDÃO
DO "AGORA"

Com a regulamentação da lei municipal nš 13.720, que dispõe sobre o funcionamento em São Paulo das LAN houses -casas de jogos de computadores em rede-, em julho deste ano, as empresas precisaram se adequar às novas normas para continuar funcionando e preservar seu público mais cativo, os adolescentes.
A principal regra é a que exige o cadastramento de jovens com menos de 18 anos, com nome do responsável e telefone de contato.
Na última semana, a reportagem visitou 15 estabelecimentos, em todas as regiões da cidade. No geral, eles seguem as determinações da lei, com uma exceção: a exposição, em um local visível e de fácil acesso, da lista dos jogos disponíveis, com suas respectivas classificações etárias.
Dos estabelecimentos visitados, somente a Vega Max, no Itaim Bibi (zona oeste), e a Seicomp, em Higienópolis (centro), seguem essa norma.
A exigência foi feita a partir de recomendação do Ministério da Justiça, para evitar que as crianças e adolescentes façam o uso de jogos considerados inadequados.
Além de não manter a lista, algumas casas têm o jogo GTA Vice City, cuja comercialização não é autorizada no país por ser considerado muito violento. No jogo, o usuário pode fumar e agredir ou matar policiais, por exemplo.
Das 15 casas visitadas, 14 cadastram quem tem menos de 18 anos e não comercializam bebidas alcóolicas e cigarros.
A exceção fica por conta da Yun Fang Internet, no centro. Lá, a idade dos visitantes não é controlada e vende-se cerveja. O proprietário, coreano, disse à reportagem que não entendia bem o português e não autorizou que o interior da loja fosse fotografado.
As casas de jogos alugam, por hora, computadores com acesso à internet e jogos eletrônicos em rede. Estima-se que haja no país 4.000 LAN houses e cibercafés.
No geral, as lojas têm ambiente tranqüilo e público fiel -donos e funcionários até chamam pelo nome os mais assíduos. "Ficamos de olho neles, pegamos no pé de quem cabula aula", afirma Marcel Fukayama, dono da Seicomp.
A Secretaria Municipal das Subprefeituras, responsável por fiscalizar o cumprimento da lei, disse que o foco principal dos fiscais é averiguar se as empresas têm licença e alvará de funcionamento.


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