São Paulo, sexta, 8 de agosto de 1997.



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CRIME
Polícia investiga duas hipóteses: os três funcionários teriam discutido ou engenheiro teria tentado separar briga
Bancário mata colega e se suicida em SP

da Folha Ribeirão

O funcionário da CEF (Caixa Econômica Federal) Renê Alberto Bortoleto, 30, é acusado de matar um colega e ferir outro no escritório de negócios do banco, em Ribeirão Preto (319 km de São Paulo). O crime aconteceu ontem por volta das 15h30. Depois dos disparos, Bortoleto teria dado um tiro no ouvido.
O engenheiro da CEF (Caixa Econômica Federal) João Marcos Cardoso, 45, foi assassinado na tarde de ontem com um tiro no pescoço. Carlos Mello, 30, assistente da superintendência da CEF, ficou gravemente ferido depois ter levado um tiro. A bala perfurou o braço e atingiu em seguida o tórax.
O crime ocorreu no terceiro andar do prédio, na Rua Américo Brasiliense, na região central.
No mesmo local, também funciona uma agência bancária no primeiro andar.
Segundo o delegado Décio Agostinho Gonzales, Bortoleto teria discutido com o assistente de supervisão (Mello) e atirado contra ele. Em seguida, ele teria gritado frases sem sentido e atirado contra Cardoso. Segundo a polícia, Bortoleto também disparou três tiros para o alto.
De acordo com o motorista da CEF, Ivo Alves de Oliveira, Bortoleto foi transferido de Araraquara há cinco meses, era aparentemente calmo e não tinha problemas de relacionamento.
A polícia vai abrir inquérito para apurar os motivos do crime.
Por enquanto, a polícia investiga duas hipóteses.
A primeira delas é que teria havido uma "discussão funcional" entre as vítimas e o acusado.
Bortoleto poderia estar em uma lista de funcionários que seriam demitidos após uma sindicância.
A outra é que Cardoso teria separado uma briga entre Mello e Bortoletto e teria sido atingido "por acaso" ao tentar retirar a arma da mão do acusado.
Arma escondida
Mello teria entrado no prédio com a arma escondida em uma pasta. A polícia não sabe estimar ainda quantas pessoas estavam na agência no momento do crime.
Funcionários que estavam no banco na hora do incidente temiam que Renê Alberto Bortoleto saísse atirando pela agência.
"Achei que haveria um massacre lá dentro", disse uma funcionária, que não quis se identificar.
Outra funcionária, que estava do lado de fora da agência da CEF, disse que achou que estava acontecendo um assalto.
"Ouvi os tiros e liguei no banco. Uma amiga atendeu chorando e disse que estava indo se trancar no banheiro", afirmou ela.
Seis ambulâncias foram chamadas para transportar funcionários que passaram mal. A mulher de Carlos Mello trabalhava na agência da CEF, que fica no piso térreo do prédio onde aconteceu o crime. Nenhum funcionário que falou à Folha soube informar se ela estava na local no momento do crime.



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