São Paulo, sábado, 8 de agosto de 1998

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DHPP pede prisão preventiva de acusado

da Reportagem Local

O DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) pediu ontem a prisão preventiva do motoboy Francisco de Assis Pereira, 30, acusado de ser o maníaco que matou oito mulheres no parque do Estado (zona sudeste).
A polícia concluiu ontem o inquérito da morte da balconista Selma Ferreira Queiroz, 18. Após fazer o relatório final do caso, o DHPP o enviou o inquérito ao 1º Tribunal do Júri de São Paulo.
No inquérito sobre esse assassinato, Pereira foi indiciado (acusado formalmente) por crime hediondo, no caso, atentado violento ao pudor seguido de morte.
O atentado violento ao pudor é todo ato sexual violento diferente da penetração na vagina.
O motoboy havia negado todos os crimes de que é acusado ao ser interrogado no DHPP. Concluído às 2h20 de ontem, o interrogatório durou sete horas e meia.
Ele foi ouvido por um delegado e um escrivão, que estavam acompanhados pelos dois advogados de Pereira e por um promotor, que trouxe uma psiquiatra para assistir às respostas do motoboy.
"Ele deu um depoimento detalhado. Seu interrogatório foi muito proveitoso", afirmou o delegado Sérgio Alves, que apura o caso.
O delegado disse que irá analisar possíveis contradições do motoboy para determinar quais serão os novos passos da investigação.
"Não podemos revelar ainda quais os detalhes, pois isso poderia prejudicar a nossa investigação", afirmou Alves. De acordo com ele, o motoboy repetiu a maioria das declarações da entrevista coletiva que ele havia dado quando chegou a São Paulo.
O delegado afirmou que o acusado não recusou responder nenhuma pergunta feita pela polícia. O motoboy pensava antes de falar, sempre com muitos detalhes.
Durante o interrogatório, Pereira admitiu ceder material (sangue, por exemplo) para um exame de DNA -a comparação do código genético de algum material orgânico encontrado em uma vítima com o código de Pereira.
Anteontem, o Centro de Investigação de Crimes Sexuais da Universidade de Mogi das Cruzes (SP) descartou a possibilidade de conseguir o DNA do maníaco que matou a balconista Selma.
De acordo com Alves, as negativas de Pereira não o fizeram mudar de idéia. "Minha convicção de que ele matou a Selma não mudou. No caso dela, ele é acusado. Nos outros sete homicídios, ele é suspeito. Estou ainda em busca de provas nos outros casos", disse.
Segundo o diretor do DHPP, delegado Marco Antônio Desgualdo, o motoboy ficará preso numa cela individual do departamento no fim-de-semana. Ele não descartou uma transferência futura para um presídio, o COC (Centro de Observação Criminológica).



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