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Kassab quer facilitar abertura de bares
Projeto propõe diminuição da exigência de vagas de estacionamentos para novos empreendimentos, inclusive restaurantes
De acordo com a proposta,
os estabelecimentos teriam que ter um lugar para carro
a cada quatro mesas; hoje a
exigência é de um por mesa
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(PFL) quer reduzir a exigência
de vagas de estacionamento para novos restaurantes, bares e
boates abertos em São Paulo.
Com a mudança, os estabelecimentos poderiam disponibilizar, na média, uma vaga de
carro a cada quatro mesas, em
vez da obrigação, em vigor desde fevereiro de 2005, equivalente a uma vaga por mesa.
A Secretaria do Planejamento defende a flexibilização em
relação às vagas sob a justificativa de que a regra atual é muito
exigente e inviabiliza a aprovação de vários restaurantes.
As regras deverão atingir os
empreendimentos futuros com
mais de 100 m2 de área construída. A lei abrange a possibilidade de restaurantes oferecerem tanto vagas gratuitas como
pagas -às vezes, por convênio
com estacionamentos privados. Os espaços precisam ficar
no imóvel ou a até 200 metros.
A capital paulista tem mais
de 50 mil bares e restaurantes
e, segundo estimativas do setor, recebe um novo a cada três
dias. Muitos estão em situação
irregular e não disponibilizam
as vagas exigidas. A mudança
preparada pela gestão Kassab
faz parte da revisão do Plano
Diretor e do zoneamento, programada para este ano, mas
que a prefeitura tenta postergar para 2007. Antes de entrar
em vigor, ela precisa ser enviada para votação na Câmara.
A gestão alega que nem todo
mundo costuma ir de automóvel e que nem todas as mesas
permanecem ocupadas.
Mas ela enfrenta a resistência de associações de bairro que
sofrem com os transtornos
desse tipo de comércio e de especialistas, para quem a medida tende a agravar o trânsito.
A idéia da prefeitura é abrandar ainda a obrigatoriedade de
espaços para carga e descarga.
No projeto em discussão na
Subprefeitura de Pinheiros, a
gestão Kassab também já sinalizou a intenção de diminuir a
exigência de estacionamento
em alguns corredores de serviços -para consultórios, escritórios e bancos, entre outros.
A obrigatoriedade em vigor
há 19 meses para que novos estabelecimentos ofereçam uma
vaga de estacionamento a cada
4 m2 de área de consumo (exclui cozinha, por exemplo, e
equivale, na média, a uma por
mesa) foi resultado da pressão
de moradores de bairros que
enfrentam transtornos -como
Vila Madalena e Vila Olímpia.
Sem espaço suficiente na rua
e muitas vezes até sem vaga em
estacionamento privado, muitos motoristas, ou mesmo serviços de manobristas, deixam
seus carros em local irregular,
como calçadas ou esquinas. A
procura por vagas também
agrava os congestionamentos.
Até então, as regras eram
mais brandas -e, dependendo
da edificação, permitiam uma
vaga a cada 15 metros quadrados do espaço de consumo.
A flexibilização na exigência
foi decidida pela administração
depois de ser defendida por entidades de bares e de restaurantes e pela Asbea (Associação
Brasileira dos Escritórios de
Arquitetura). O objetivo da
prefeitura é estabelecer uma
vaga a cada 25 m2 de área construída (equivale, na média, a
uma a cada quatro mesas).
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