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TRAGÉDIA
Igreja pagou enterros e diz que vai dar dinheiro, emprego e cirurgia plástica, embora tenha agido dentro da lei
Universal rejeita culpa e promete indenizar
ROGÉRIO GENTILE
da Reportagem Local
A Igreja Universal do Reino de
Deus informou ontem que vai indenizar todas as vítimas do acidente ocorrido na madrugada de
sábado no templo de Osasco.
Segundo o pastor e deputado federal Wagner Salustiano (PPB),
isso não significa que a igreja se
considere culpada pela tragédia.
"Não somos culpados. Temos
toda a documentação necessária
para provar que fizemos tudo que
manda a lei", disse. O deputado
afirmou que não era possível mostrar os documentos à reportagem
ontem, por ser feriado nacional.
O deputado diz ter "certeza" de
que a Justiça vai apurar as responsabilidades. "O culpado será responsabilizado. Mas não dá para ficar esperando até a Justiça mandar que ele repare os prejuízos."
Segundo o deputado, que concorre à reeleição nas eleições de
outubro, a ajuda será abrangente.
"Quem machucou o rosto, por
exemplo, e precisar de uma cirurgia plástica terá todos os custos
bancados pela igreja", afirmou.
Salustiano disse também que as
famílias que perderam um de seus
membros vão receber, mensalmente, um salário pago pela igreja
com o mesmo valor que a vítima
recebia. "Podemos arranjar emprego para os parentes também."
Segundo o deputado, Edir Macedo encarregou um pastor, que ele
identificou apenas como Delmar,
para cuidar das indenizações.
"Será dado todo o tipo de amparo
necessário", afirmou.
A igreja pagou o enterro das vítimas, segundo informou ontem a
Prefeitura de Osasco.
Vigília
Na madrugada do acidente, Salustiano esteve no templo, localizado há menos de cem metros do
Osasco Plaza Shopping, onde em
junho de 1996 houve uma explosão que matou 42 pessoas.
"Saí uns 15 minutos antes da
queda e recebi a notícia quando
estava chegando em casa", disse o
deputado, que mora na Mooca,
zona sudeste de São Paulo.
Cartazes eleitorais com o nome e
o número de Salustiano estavam
afixados nas paredes do templo da
Universal. O deputado disse que a
reunião tinha caráter religioso e
"não político".
No momento do acidente, estava
sendo realizada uma vigília. Cerca
de 1.300 pessoas participavam do
culto, orando e cantando.
A igreja sustenta que foi correto
o procedimento do pastor Reinaldo Suisso, que prosseguiu com o
culto após uma placa do teto ter
caído, minutos antes do desabamento de um terço da cobertura.
Em programa na Rede Record, o
pastor Onorilton Gonçalves disse
que a placa que caiu era leve (de lã
de vidro), usada no isolamento
acústico. Segundo ele, isso acontece com alguma frequência em outros templos, sem causar dano.
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