São Paulo, terça, 8 de setembro de 1998

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Dono diz que não participou de reformas

da Reportagem Local

Os donos do prédio onde funcionava o templo da Universal em Osasco dizem não ter tido acesso nem participado dos estudos técnicos para as reformas no teto, feitas pela igreja.
Antes, funcionava ali um cinema. O prédio foi alugado há seis anos para a Universal, que, segundo os proprietários, colocou uma forração anti-ruído no teto e mexeu no sistema de iluminação.
A informação é do advogado Alfredo Saulo Kroger, que representa o dono do prédio, Gustavo Arthur Tognato, e o filho dele, o engenheiro Roberto Tognato.
O filho assinou no ano passado um laudo atestando que a estrutura do salão ocupado pela igreja estava "em boas condições."
Segundo Kroger, o dono do prédio e seu filho sabem apenas que a Igreja Universal fez reformas no revestimento interno do teto e modificações na parte elétrica.
O advogado evitou atribuir responsabilidades sobre a queda do teto à Universal. Mas sustentou que os donos do prédio são isentos de culpa caso a perícia comprove que o acidente foi provocado por reformas que possam ter interferido na estrutura do telhado.
"Ainda é muito cedo para fazer uma avaliação. Mas, se houve algum tipo de sobrecarga no teto por causa de uma modificação interna, a responsabilidade é do locatário", disse Kroger.
Segundo o advogado, os donos do prédio somente podem ser acionados caso a perícia detecte falhas estruturais no prédio.
Isso porque a avaliação feita pelo filho do dono do prédio levou em conta a situação das paredes, teto e conservação da madeira que compunham as vigas do telhado.
O laudo foi elaborado por Tognato no ano passado e faria parte das exigências da vistoria feita pelo Corpo de Bombeiros.
"Não acreditamos que o problema tenha sido causado por problemas estruturais. O engenheiro está tranquilo quanto ao laudo que ele assinou", afirmou Kroger.
O advogado disse que todas as modificações internas feitas no salão nos últimos quatro anos foram autorizadas por engenheiros ligados à Universal. Para obter autorização para funcionar, os locatários seriam obrigados a chamar a prefeitura para nova vistoria.
Kroger descarta a possibilidade de que uma infiltração possa ter estragado as vigas de madeira do teto. Segundo o advogado, a igreja paga um aluguel de R$ 12 mil pelo salão. (GONZALO NAVARRETE)



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