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Menina baleada vai respirar sem ajuda
da Sucursal do Rio
Os médicos que cuidam de Camila Magalhães Lima, 12, atingida
no pescoço por uma bala perdida
na última quinta-feira, começaram ontem a retirar os aparelhos
de respiração artificial aos quais
ela está conectada. O objetivo é
avaliar se ela consegue voltar a respirar sozinha.
Na madrugada de ontem morreu no hospital Salgado Filho
(Méier, zona norte), o mesmo onde Camila está internada, o menino Michel da Conceição Delfin, 12,
também atingido no pescoço por
uma bala perdida.
Ele estava internado desde o dia
5 de maio e morreu de infecção
respiratória. Segundo o médico
Marco Antonio Cotrin, chefe da
equipe de médicos do Salgado Filho, Michel morreu porque não
conseguia respirar sem aparelhos
e seus pulmões perderam a capacidade de autolimpeza.
"O fato de ele não respirar mostrou que o traumatismo atingiu a
musculatura responsável pela respiração", disse.
Segundo o médico, o processo
de desligamento de Camila dos
aparelhos deve demorar cerca de
três dias. Ao longo desse período,
as reações da menina serão avaliadas para saber se as expectativas
positivas se confirmam. Ao mesmo tempo em que os aparelhos forem sendo retirados os médicos
irão reduzindo a carga de sedativos que Camila está recebendo,
também para testar a capacidade
de reação do seu organismo.
Cotrin avalia que somente no
prazo de quatro a seis dias será
possível saber se Camila ficará ou
não tetraplégica em consequência
do ferimento.
Ela foi operada no sábado para
retirada da bala e colocação de um
enxerto de titânio na sétima vértebra cervical, local atingido pelo tiro. O médico afirmou que a menina apresenta "reações" nos membros superiores e paralisia completa nos inferiores.
Durante a semana, os médicos
avaliarão se essas reações nos
membros superiores significam a
possibilidade de que Camila recupere os movimentos daquela parte
do corpo.
Camila foi atingida por uma bala
em meio de um tiroteio entre assaltantes e seguranças particulares
quando voltava da escola para casa, ao meio-dia da quinta-feira, no
bairro de Vila Isabel (zona norte).
Por coincidência, ela foi levada
para o CTI (Centro de Tratamento
Intensivo) do hospital Salgado Filho, o mesmo onde estava há quatro meses o menino Michel, vítima
de problema semelhante.
Ele foi atingido por uma bala
perdida também quando voltava
da escola, no bairro de Jacarepaguá (zona oeste), em companhia
da mãe. Segundo a polícia, o tiro
que atingiu o menino foi disparado de um veículo que passava no
local em alta velocidade, com vários homens a bordo.
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