São Paulo, sábado, 08 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Durante a blitz, polícia encontra até manobrista sem habilitação

Policiais miraram valets da rua Aspicuelta, uma das mais movimentadas do bairro boêmio

Insatisfeita com a demora em receber o carro, uma cliente se exaltou e foi detida por desacatar uma delegada

DE SÃO PAULO

Dentre os nove detidos anteontem na operação da Polícia Civil contra valets irregulares na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, estava um manobrista que recebia carros de clientes de bares e os dirigia pelas ruas do bairro boêmio sem ter a carteira nacional de habilitação.
O funcionário integrava o serviço de manobristas que fica em frente ao bar Filial.
A chegada da polícia ao local causou tumulto. A placa que anunciava o serviço de valet foi logo retirada. Um dos policiais usava uma toca tipo ninja, normalmente usada em ações em que agentes não querem ser identificados.
Desavisados, muitos clientes saíam à rua Fidalga, pediam o carro e tinham de esperar até 40 minutos para conseguir o veículo de volta.
Alguns ameaçavam "chamar a polícia", mas eram logo avisados que a demora era causada justamente por uma operação policial no local.
Um grupo de quatro turistas do Rio de Janeiro se irritou com a demora na entrega do veículo e desacataram uma delegada que participava da operação policial.
Uma das turistas chegou a ser levada para a delegacia, mas logo foi liberada.

'INEVITÁVEL'
Um dos proprietários de valet indiciados anteontem foi Luis Claudio Medeiros, 44, dono do Villa's Park. Segundo ele, utilizar a rua para deixar os carros é inevitável.
"Trabalho há 15 anos aqui na Vila [Madalena], e no final de semana não conseguimos dar conta, a rua 'bomba' e não tem espaço para colocar os carros", afirmou ele.
"Infelizmente o valet é um mal necessário, se puder trabalhar corretamente melhor; não sei se você consegue visualizar a Vila Madalena sem valet", disse Medeiros, que negou compactuar com qualquer tipo de intimidação a moradores do bairro para a utilização da rua como estacionamento privado dos serviços de manobristas.

INDIFERENTE
Para Djalma Mattos, gerente do estacionamento WRJ, na rua Aspicuelta, a operação foi "indiferente" porque todos os valets abriram ontem no fim do dia novamente.
Ele diz que trabalha na região há 9 anos e nunca tinha visto uma fiscalização como essa em cima dos valets. "Se tivesse, provavelmente muitos deles não teriam como se regulamentar e iriam fechar."
Mattos afirma que conhece apenas um serviço de valet no bairro que efetivamente guarda os carros em um estacionamento, usando a garagem de um mercado.
A maioria, de acordo com ele, para na rua.


Texto Anterior: Um dia depois, serviço continua na maioria dos estabelecimentos
Próximo Texto: Fiscalização: Licença deve estar em local visível
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.