São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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CRIME NO BROOKLIN

Segundo a polícia, irmão do namorado da filha das vítimas fez compra no dia seguinte ao assassinato

Suspeito é detido por pagar moto com dólares

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A compra mal explicada de uma moto Suzuki 1.500 cilindradas, paga parte em dólares, um dia depois da morte do casal Marísia e Manfred von Richthofen, levou ontem a Secretaria da Segurança Pública a considerar Cristian Cravinhos de Paula e Silva, 26, como principal suspeito do crime. Ele negou ligação com as mortes.
Cristian é irmão de Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, namorado de Suzane, 19, filha do casal assassinado no Brooklin (zona sul de São Paulo).
A compra suspeita foi descoberta por policiais do 27º DP (Campo Belo). Eles desconfiaram quando viram a moto na frente da casa do pai de Cristian e Daniel, Astrogildo Cravinhos de Paula e Silva.
Os policiais descobriram que Cristian usou um amigo como "laranja" (intermediário) para comprar a moto, no dia 31 de outubro, cerca de dez horas depois do crime.
Segundo o delegado titular do 27º DP, Enjolras Rello de Araújo, Cristian deu uma moto velha e mais US$ 3.600 (em notas de US$ 100) em troca da moto nova.
Segundo Suzane, filha do casal assassinado, US$ 5.000 e R$ 8.000 foram levados da casa no dia em que seus pais foram mortos.
De acordo com o delegado, Cristian, que é desempregado, não soube explicar onde arranjou o dinheiro da compra.
Ouvido no 27º DP ontem à tarde, ele deu três versões. Primeiro, negou que fosse o dono da moto. Depois, reconheceu a compra, mas disse que teria ganho os dólares do pai. Astrogildo, segundo o delegado, não confirmou essa versão. Por último, Cristian se negou a dizer onde conseguiu o dinheiro. No 27º DP, ele negou envolvimento na morte do casal.
Cristian, Daniel, Suzane, Andreas -outro filho do casal- e Astrogildo foram levados ontem à noite para a sede do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). A secretaria informou que poderia ser feita uma acareação entre eles.
Às 23h de ontem, o órgão informava que Cristian era tratado como suspeito. A secretaria informou também que a polícia só iria decidir se pedirá a prisão dele depois do final de novo depoimento, desta vez no DHPP.

Pancadas
Os corpos do engenheiro Manfred, 49, alemão naturalizado brasileiro e diretor da Dersa, e da mulher, a psiquiatra Marísia, 49, foram encontrados pelos dois filhos do casal por volta das 4h do dia 31 de outubro.
A polícia concluiu que os dois foram mortos a pancadas e depois colocados na cama. A casa não tinha sinais de arrombamento e o alarme e o sistema interno de televisão estavam desligados.
A polícia chegou a ouvir uma ex-empregada que teria feito ameaças à família depois de ter sido demitida, mas o envolvimento dela foi praticamente descartado após um depoimento.


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