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CRIME NO BROOKLIN
Segundo a polícia, irmão do namorado da filha das vítimas fez compra no dia seguinte ao assassinato
Suspeito é detido por pagar moto com dólares
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A compra mal explicada de uma
moto Suzuki 1.500 cilindradas,
paga parte em dólares, um dia depois da morte do casal Marísia e
Manfred von Richthofen, levou
ontem a Secretaria da Segurança
Pública a considerar Cristian Cravinhos de Paula e Silva, 26, como
principal suspeito do crime. Ele
negou ligação com as mortes.
Cristian é irmão de Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, namorado de Suzane, 19, filha do casal
assassinado no Brooklin (zona sul
de São Paulo).
A compra suspeita foi descoberta por policiais do 27º DP (Campo
Belo). Eles desconfiaram quando
viram a moto na frente da casa do
pai de Cristian e Daniel, Astrogildo Cravinhos de Paula e Silva.
Os policiais descobriram que
Cristian usou um amigo como
"laranja" (intermediário) para
comprar a moto, no dia 31 de outubro, cerca de dez horas depois
do crime.
Segundo o delegado titular do
27º DP, Enjolras Rello de Araújo,
Cristian deu uma moto velha e
mais US$ 3.600 (em notas de US$
100) em troca da moto nova.
Segundo Suzane, filha do casal
assassinado, US$ 5.000 e R$ 8.000
foram levados da casa no dia em
que seus pais foram mortos.
De acordo com o delegado,
Cristian, que é desempregado,
não soube explicar onde arranjou
o dinheiro da compra.
Ouvido no 27º DP ontem à tarde, ele deu três versões. Primeiro,
negou que fosse o dono da moto.
Depois, reconheceu a compra,
mas disse que teria ganho os dólares do pai. Astrogildo, segundo o
delegado, não confirmou essa
versão. Por último, Cristian se negou a dizer onde conseguiu o dinheiro. No 27º DP, ele negou envolvimento na morte do casal.
Cristian, Daniel, Suzane, Andreas -outro filho do casal- e
Astrogildo foram levados ontem à
noite para a sede do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). A secretaria informou que poderia ser feita uma
acareação entre eles.
Às 23h de ontem, o órgão informava que Cristian era tratado como suspeito. A secretaria informou também que a polícia só iria
decidir se pedirá a prisão dele depois do final de novo depoimento,
desta vez no DHPP.
Pancadas
Os corpos do engenheiro Manfred, 49, alemão naturalizado brasileiro e diretor da Dersa, e da mulher, a psiquiatra Marísia, 49, foram encontrados pelos dois filhos
do casal por volta das 4h do dia 31
de outubro.
A polícia concluiu que os dois
foram mortos a pancadas e depois
colocados na cama. A casa não tinha sinais de arrombamento e o
alarme e o sistema interno de televisão estavam desligados.
A polícia chegou a ouvir uma
ex-empregada que teria feito
ameaças à família depois de ter sido demitida, mas o envolvimento
dela foi praticamente descartado
após um depoimento.
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