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PATRIMÔNIO
Acervo estava em dois antiquários de BH; três pessoas foram presas
Peças sacras são apreendidas em MG
MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal apreendeu anteontem em dois antiquários de
Belo Horizonte (MG) 23 peças sacras que seriam produto de furtos. Três pessoas -um receptador e dois supostos responsáveis
pelos furtos- foram detidas.
Entre o material, havia imagens
de santos, castiçais e outros objetos. "São peças que claramente fazem parte do acervo de igrejas e
capelas, sejam mineiras ou não",
disse Vanessa Borges Brasileiro,
presidente do Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e
Artístico de Minas Gerais).
A identificação dos objetos só
será determinada por uma perícia
realizada por técnicos do Iepha e
do Iphan (Instituto Nacional do
Patrimônio Histórico e Artístico),
ainda não concluída.
Os proprietários dos antiquários onde a Polícia Federal encontrou as peças irão responder a
processo e podem ter pedida sua
prisão preventiva.
Outro Preto
Foram detidos em Ouro Preto
(89 km de Belo Horizonte) os supostos responsáveis pelo furto,
José Pedro Martins e Vicente Paulo Pinto, e o suposto receptador
Geraldo Melo Silva, em Tiradentes (215 km da capital mineira).
Os três foram levados à cadeia
pública de Ouro Preto. A reportagem não conseguiu falar com eles
nem com seus advogados.
De acordo com o delegado Tadeu de Moura Gomes, da Polícia
Federal, que comandou as diligências, também foi apreendido
um recibo de venda que teria sido
entregue pela dupla a Geraldo
Melo Silva.
O acervo recuperado foi provisoriamente levado para o Museu
da Inconfidência, em Ouro Preto.
Entretanto a Secretaria da Cultura
de Minas Gerais irá pedir que as
peças sejam transferidas para o
Museu Mineiro, em Belo Horizonte, para facilitar o trabalho de
identificação.
Não há evidências de que os envolvidos no episódio façam parte
de uma quadrilha especializadas
no roubo de peças sacras, que está
sendo investigada pela PF.
O delegado Moura, chefe da representação da Interpol em Minas, está à frente das investigações. Ele coordenou a apreensão,
em agosto, de 128 peças (a contagem do Iphan, mais detalhista, somou 152) em quatro antiquários e
em uma casa em São Paulo.
O Iphan registrou os maiores
números de peças sacras roubadas em Minas Gerais em 1994
(com 74 obras) e em 2003 (65).
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