São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2004

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SEGURANÇA

PF investiga se ele tem ligação com narcotráfico ou terrorismo

Policial é preso ao tentar embarcar com 36 passaportes

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal prendeu ontem, em São Paulo, um policial civil que tentava embarcar para Goiânia no aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital, com 36 passaportes estrangeiros em branco dentro de uma bolsa.
Além dos documentos, o investigador Cristino Rodrigues de Arruda Neto, 41, que trabalhava no 55º DP (Parque São Rafael), região de São Mateus (zona leste), estaria com dois cheques do Deutsch Bank, nominais a uma empresa estrangeira, de US$ 750 mil e US$ 500 mil, totalizando US$ 1,25 milhão.
Segundo a Superintendência da PF em São Paulo, será investigado se os passaportes seriam destinados a traficantes ou a terroristas estrangeiros. Cada documento, original, custa cerca de US$ 50 mil no mercado paralelo.
"Foram apreendidos também documentos que indicam o alto custo de cada passaporte apreendido, cerca de US$ 50 mil. Se deduz que somente organizações como o narcotráfico e o terrorismo têm poder aquisitivo para aquisição desses documentos de viagem", explicou Wagner Castilho, delegado da Polícia Federal, em entrevista ontem ao "Jornal Nacional", da TV Globo.
Dos 36 passaportes, 30 deles -quatro italianos e 26 portugueses- integram um lote de documentos roubados de consulados, na Baixada Santista, no litoral paulista. Havia ainda quatro passaportes mexicanos e dois espanhóis na bolsa apreendida.

Prisão
A Polícia Federal não divulgou o conteúdo do depoimento prestado pelo policial nem se ele já tinha constituído advogado ontem.
O investigador ficará detido no presídio da Polícia Civil, na capital, ainda de acordo com a assessoria da Secretaria da Segurança Pública, e responderá a processo administrativo.
No início, a Polícia Federal suspeitou que os passaportes fossem falsos, mas, após testes especiais com o papel, descobriu que os documentos eram verdadeiros e roubados. Pelo menos 25 estrangeiros, segundo a PF, estariam aguardando a entrega do malote apreendido no aeroporto.
Policiais vão investigar ainda a empresa mencionada nos cheques, cujo nome não foi divulgado. Há a possibilidade de se tratar de uma firma de fachada, de acordo com a PF, para movimentar o dinheiro da venda de passaportes.


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