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VIOLÊNCIA
Confissão de 12 assassinatos, feita por Adriano Silva, revelou erros da polícia
RS vai reabrir investigação de 6 mortes de garotos
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA
Seis dos 12 casos de assassinatos
de garotos no Rio Grande do Sul
que foram confessados por
Adriano da Silva, 25, serão reabertos e reavaliados com as novas circunstâncias. A informação é do
secretário-adjunto de Justiça e Segurança, Fábio Medina Osório.
Eles já eram dados como concluídos pela polícia.
As pessoas indiciadas pelos crimes, no entanto, continuarão detidas, pois existem indícios de que
participaram dos crimes. As novas investigações dos casos não
têm prazo para serem concluídas.
Ontem, o secretário da Justiça e
Segurança, José Otávio Germano,
disse que o governo devia desculpas aos familiares das vítimas. Segundo a secretaria, todos os crimes confessados por Silva precisarão ser investigados para que
mais provas, que embasem o depoimento, sejam conseguidas.
A reconstituição do assassinato
de Daniel Bernardi Lourenço, 13,
foi adiada pela Polícia Civil. Ele
seria uma das 12 vítimas de Silva.
O diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações
Criminais), delegado João Paulo
Martins, disse que o adiamento
foi necessário para que uma equipe de peritos pudesse ser montada para acompanhar a reconstituição e as novas investigações.
No seu depoimento, Silva disse
que enterrou o corpo de uma de
suas vítimas sob uma churrasqueira em Soledade. Anteontem,
a polícia encontrou um corpo de
criança em adiantado estado de
decomposição no exato lugar indicado por Silva. A polícia acredita que o corpo é de Douglas de
Oliveira Hass, 10, desaparecido
desde 19 de abril do ano passado.
A morte de Hass era dada como
esclarecida. Segundo a investigação, ele teria sido morto por uma
quadrilha apontada como autora
de outros dois assassinatos de garotos em Soledade. Quatro homens estão presos pelo crime.
Em outro caso, sete menores foram indiciados pela morte de Volnei Siqueira dos Santos, 12, ocorrida em julho, em Passo Fundo. O
resultado do exame de DNA do
sangue e do esperma achados no
corpo deu negativo na confrontação com o material dos suspeitos.
"Nossos filhos apanharam para
confessar algo que não fizeram",
disse uma das mães. O delegado
Paulo Videla Ruschel, encarregado do caso, nega a acusação e diz
que todos os depoimentos foram
acompanhados por promotores.
Ainda em Passo Fundo, um representante comercial, de 48
anos, residente em Porto Alegre,
está preso desde setembro. Ele
responde pela morte do engraxate
Jéferson Borges Silveira, 10.
Em dois depoimentos, ele confessou ter estado num hotel com
um menor e ter apertado um fio
no pescoço dele, mas diz não sabe
se o matou. O vendedor alega que
a vítima não era o engraxate.
Colaborou GERSON LOPES, free-lance
para a Agência Folha, em Passo Fundo
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