DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, atribuiu as falhas que teriam impedido a prisão de Adriano da Silva ao excesso de confiança da polícia gaúcha no sistema Infoseg (cadastro do Ministério da Justiça que deveria conter a lista atualizada dos foragidos da Justiça nos Estados) e "às mazelas" da segurança pública do Paraná no governo passado.
"Todo mundo sabe que o sistema [Infoseg] é falho. Ele é ideal na teoria, porque deveria fornecer os dados de que a polícia precisa, mas não é totalmente confiável por culpa um pouco dos Estados, que deixam de alimentá-lo."
O secretário negou que seu comentário seja uma crítica indireta à falta de aprofundamento das investigações, por parte da polícia gaúcha. Em novembro de 2003, Silva foi preso e solto no RS. A polícia não conseguiu relacioná-lo às mortes de garotos no Estado. "Naquele mês, a consulta no Infoseg foi sobre outro nome [Gabriel da Silva, irmão do acusado], porque ele mentiu a identidade."
Ontem Delazari disse que falou por telefone com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que negou o bloqueio do repasse de verbas para a segurança do Paraná em razão de atrasos na atualização do Infoseg.
Segundo o secretário, em abril de 2002, o Paraná informou à Secretaria Nacional de Segurança Pública que havia problemas de compatibilidade para alimentar o programa na rede. Hoje, a lista do Estado estaria atualizada. Dela, constam 60 mil mandados de prisão não cumpridos no Estado.
O secretário disse ainda que o "erro" da polícia do Paraná foi a fuga de Silva de uma cadeia de União da Vitória (PR), possível "pelo descaso com que se tratava a segurança pública no Estado".
A Agência Folha não conseguiu contato com o ex-secretário José Tavares. A Secretaria da Segurança gaúcha não quis comentar as declarações de Delazari.


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