São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2009

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outro lado

Médico vê conspiração de concorrentes para prejudicá-lo

DA REPORTAGEM LOCAL


O médico Roger Abdelmassih, 65, afirma que as declarações das ex-pacientes fazem parte de uma campanha sórdida para prejudicá-lo, mas que provará a sua inocência. "Ninguém constrói uma reputação como a minha assediando pacientes", diz.
Abdelmassih recebeu a reportagem da Folha na sala dele, em sua clínica no Jardim América, ao lado do advogado Adriano Vanni.
O escritório é separado da sala de uma secretária por uma janela de vidro, que instalou após saber das acusações. "É uma forma de eu me proteger, para não se falar besteira", afirma o médico.
Segundo alguns relatos de ex-pacientes, as investidas do médico teriam ocorrido exatamente nesta sala, quando ainda não havia janela de vidro, quando conversavam sobre o tratamento, momento em que não é praxe a presença de uma assistente.
No início da entrevista, Abdelmassih fala da infância no interior, da determinação por estudar medicina, do crescimento da clínica e do sofrimento ao perder a mulher, Sônia, com quem foi casado por quase 40 anos. Ela morreu em agosto.
"Vou falar sobre o caráter do Roger, um homem que tem cinco filhos, graças a uma mulher maravilhosa que acabo de perder", diz, com a voz embargada. Dois filhos trabalham na clínica. "Sônia também trabalhava. A sala dela ainda está aí."

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Ele conta que, há um ano e meio, foi alvo de uma "campanha sórdida" desencadeada na internet. Foi criada uma página virtual (vitimasrogerabdelmassih.blogspot.com), onde eram deixadas mensagens acusando-o de assédio sexual.
"Os nomes que apareciam eram falsos. Tinha um aspecto nítido de ter sido feito por uma só pessoa ou por duas, no máximo", diz o médico. Seu advogado pediu a abertura de investigação na Polícia Civil, que obteve na Justiça a ordem para retirar a página do ar.
Abdelmassih afirma que, meses depois, médicos, jornalistas e amigos seus começaram a receber e-mails apócrifos que reiteravam as acusações contra ele.
"Fico pasmo com a vontade de me machucarem. Sabe por que acontece isso? Porque o resultado dos meus tratamentos é ótimo. Será que não tem, por trás disso, uma indução da concorrência? É óbvio, não posso afirmar, mas posso dizer que dá essa impressão", afirma.
Sobre as acusações das ex-pacientes, Abdelmassih afirma não saber qual a "insatisfação dessas pessoas".
"Sou inocente e confio na Justiça. Vou levar um caminhão de testemunhas. E vou querer saber baseado em que essas pessoas, que não se identificam, estão falando", diz. Os nomes das depoentes são mantidos em sigilo pela Justiça.
Abdelmassih estranha o fato de algumas mulheres que o acusaram terem continuado o tratamento. "Elas voltam à clínica. Você voltaria?"
Ao final da entrevista, Abdelmassih tira o jaleco, se levanta, arregaça as mangas da camisa até a altura dos ombros e se aproxima mostrando os bíceps. "Eu sou imenso? Tenho 1,80 m, mas acho que encolhi um pouco com a minha idade. Diga, sou forte ou sou gordo? Eu não tenho músculo nenhum."
"E tem duas testemunhas dizendo que foram agarradas com a força bruta dele", completa o advogado.


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