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'Revolta da Vacina'
mobilizou o Rio em 1904
da Sucursal de Brasília
Em 1904, outra lei na área de
saúde pública gerou grande resistência popular, no episódio
que ficou conhecido como a
Revolta da Vacina. Na época, a
população do Rio, então capital federal, rebelou-se quando a
vacinação contra varíola se tornou obrigatória.
Em novembro daquele ano,
houve oito dias de violentas
manifestações contra a obrigatoriedade da vacina. Bondes foram virados, e lojas, saqueadas.
Mesmo cadetes da Escola Militar participaram do protesto.
A oposição, formada por monarquistas e dissidentes republicanos, chegou a criar a Liga
Contra a Vacina Obrigatória. A
revolta popular foi reprimida,
mas a lei acabou revogada.
O cenário do início do século
no Rio ajuda a entender a revolta contra uma medida que
hoje parece uma providência
óbvia para a melhoria das condições de saúde da população.
O governo do ex-presidente
Rodrigues Alves (1902-1906)
estava empenhado numa política de melhoria urbana da capital federal, baseada na remoção dos moradores de cortiços
do centro para o subúrbio,
além de campanhas de saneamento e vacinação para erradicar a febre amarela e a varíola.
As medidas eram impostas de
forma autoritária. Casas chegavam a ser invadidas para que as
pessoas se submetessem à vacinação. A campanha havia sido
planejada pelo médico e sanitarista Osvaldo Cruz, diretor-geral da Saúde Pública.
Sem esclarecimento sobre a
importância da vacinação, a
população resistia. Para piorar,
os aluguéis no subúrbio dispararam com a chegada dos antigos moradores dos cortiços.
Em 31 de outubro de 1904, o
Congresso Nacional aprovou a
lei que tornava obrigatória e
universal a vacinação contra
varíola. A revolta popular começou em 10 de novembro e
durou até o dia 17 daquele mês.
A febre amarela e a varíola
acabaram erradicadas do Rio.
Os supostos mentores da revolta foram presos e mandados
para o Acre.
(GUSTAVO PATÚ)
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