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Farmácias não sabem indicar medicamentos
ADRIANA SOUZA SILVA
da Reportagem Local
Desinformação e falta do produto nas prateleiras das farmácias
fizeram com que os consumidores e balconistas ignorassem os
medicamentos genéricos, no seu
segundo dia de venda no país.
A Folha percorreu ontem dez
redes de farmácias em São Paulo,
que respondem -segundo estimativa da ABCfarma (Associação
Brasileira do Comércio Farmacêutico)- por cerca de 70% do
mercado na cidade.
Com a receita do medicamento
Antak nas mãos, a reportagem
procurou um dos estabelecimentos das redes. Em todos os casos, o
produto de referência (remédio
de marca) foi fornecido pelo balconista, sem informação quanto à
existência de um medicamento
similar ou genérico.
Na Droga Vida, os genéricos estavam disponíveis. Em outras cinco redes, os balconistas informaram que não havia genéricos. Em
quatro redes, quando questionados sobre a possibilidade de substituir o Antak pela ranitidina
(princípio ativo do Antak), os balconistas mostravam o similar.
A reportagem, então, questionou se o remédio apresentado
não era apenas o produto conhecido como similar, já que a sua
embalagem não trazia a inscrição
"medicamento genérico", uma
obrigação legal.
As respostas foram diversas. Na
drogaria Farmax da av. Angélica
(centro), o balconista disse que similar e genérico eram a mesma
coisa.
Por telefone, foi feita a mesma
pergunta a essa drogaria. Mais
uma vez, um atendente aconselhou a compra do remédio de referência, pois o que ela chamava
de genérico não seria confiável.
Na Ultrafarma, na Vila Mariana, o gerente Daniel de Oliveira
disse que os genéricos ainda não
existiam e que, portanto, não seriam encontrados em nenhuma
farmácia da cidade.
Também houve confusão na
hora de a balconista diferenciar o
similar do genérico na drogaria
Antares da avenida Domingos de
Moraes (sudoeste).
Mesmo quando a reportagem
apresentou a receita com o medicamento de referência (Antak),
foi informada que a venda do genérico não poderia acontecer,
pois o princípio ativo não estava
descrito na receita.
O atendente da farmácia Drogão na avenida Pacaembu também mostrou o similar quando
foi pedido o genérico, junto com a
recomendação de que o remédio
de referência era mais confiável.
O gerente Carlos, que não quis
revelar o sobrenome, afirmou que
não sabia que os medicamentos
genéricos já estavam liberados
pelo governo.
O mesmo argumento foi usado
pela gerente da drogaria São Paulo, da rua Domingos de Moraes.
Nessa farmácia, a informação era
que a lei era recente e ainda havia
remédios no mercado.
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