São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2000


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Farmácias não sabem indicar medicamentos

ADRIANA SOUZA SILVA
da Reportagem Local

Desinformação e falta do produto nas prateleiras das farmácias fizeram com que os consumidores e balconistas ignorassem os medicamentos genéricos, no seu segundo dia de venda no país.
A Folha percorreu ontem dez redes de farmácias em São Paulo, que respondem -segundo estimativa da ABCfarma (Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico)- por cerca de 70% do mercado na cidade.
Com a receita do medicamento Antak nas mãos, a reportagem procurou um dos estabelecimentos das redes. Em todos os casos, o produto de referência (remédio de marca) foi fornecido pelo balconista, sem informação quanto à existência de um medicamento similar ou genérico.
Na Droga Vida, os genéricos estavam disponíveis. Em outras cinco redes, os balconistas informaram que não havia genéricos. Em quatro redes, quando questionados sobre a possibilidade de substituir o Antak pela ranitidina (princípio ativo do Antak), os balconistas mostravam o similar.
A reportagem, então, questionou se o remédio apresentado não era apenas o produto conhecido como similar, já que a sua embalagem não trazia a inscrição "medicamento genérico", uma obrigação legal.
As respostas foram diversas. Na drogaria Farmax da av. Angélica (centro), o balconista disse que similar e genérico eram a mesma coisa.
Por telefone, foi feita a mesma pergunta a essa drogaria. Mais uma vez, um atendente aconselhou a compra do remédio de referência, pois o que ela chamava de genérico não seria confiável.
Na Ultrafarma, na Vila Mariana, o gerente Daniel de Oliveira disse que os genéricos ainda não existiam e que, portanto, não seriam encontrados em nenhuma farmácia da cidade.
Também houve confusão na hora de a balconista diferenciar o similar do genérico na drogaria Antares da avenida Domingos de Moraes (sudoeste).
Mesmo quando a reportagem apresentou a receita com o medicamento de referência (Antak), foi informada que a venda do genérico não poderia acontecer, pois o princípio ativo não estava descrito na receita.
O atendente da farmácia Drogão na avenida Pacaembu também mostrou o similar quando foi pedido o genérico, junto com a recomendação de que o remédio de referência era mais confiável.
O gerente Carlos, que não quis revelar o sobrenome, afirmou que não sabia que os medicamentos genéricos já estavam liberados pelo governo.
O mesmo argumento foi usado pela gerente da drogaria São Paulo, da rua Domingos de Moraes. Nessa farmácia, a informação era que a lei era recente e ainda havia remédios no mercado.


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