São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2000


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VIOLÊNCIA
Menino diz ter imitado filme da TV
Garoto de 9 esfaqueia amiga de 7

da Sucursal de Brasília

O menino D.J.G., 9, deu cerca de 20 facadas superficiais nas costas de sua vizinha M.D.N., 7, enquanto assistiam TV, na noite de anteontem, na cidade-satélite de Santa Maria, no Distrito Federal.
O garoto disse à polícia que agiu inspirado no filme "Brinquedo Assassino", que havia visto na televisão na semana passada.
No filme, o boneco infantil Chucky "incorpora" um criminoso com poderes sobrenaturais e começa a matar pessoas. A produção norte-americana, de 1988, já teve três continuações, sempre com o boneco infantil como protagonista e assassino.
Segundo o Hospital de Base, os ferimentos foram leves, apesar de ter havido necessidade de suturar alguns deles, e a menina está bem. Ela continua internada, mas conversa normalmente.

Como foi
De acordo com a versão contada pelo garoto à polícia, ele e a vizinha estavam sozinhos vendo TV por volta das 18h de anteontem no barraco onde D.J.G. mora.
Eles estavam assistindo o programa infantil "Chaves". O menino se levantou, foi até a cozinha, pegou três facas e começou a desferir golpes em M.D.N.
A menina começou a gritar. Os vizinhos, alarmados com o barulho, entraram na casa e encontraram a garota ensanguentada. Acionaram então a PM, que levou o menino para a Delegacia da Criança e do Adolescente. Quando D.J.G. começou a ser ouvido, sua mãe, que é empregada doméstica, também estava na delegacia. "Ele estuda e é desenvolto. Contou várias vezes a mesma história", disse a delegada-chefe, Suzana Orlandi Machado.
"Em cinco anos como delegada, nunca vi um caso assim", disse a delegada Suzana.
O menino e sua mãe passaram a noite em um local indicado pela delegacia. "Achamos que era melhor assim, pois se ele voltasse para sua casa poderia haver represálias de vizinhos", disse Suzana.
A Vara da Infância e da Juventude vai decidir agora que medida aplicar ao garoto. Como se trata de criança com menos de 12 anos, ele está sujeito a medidas de proteção, como acompanhamento psicológico, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente.



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