CHICO DE GOIS
da Reportagem Local

O prefeito Celso Pitta disse ontem que vai "desarmado" hoje para a reunião com o governador Mário Covas, no Palácio dos Bandeirantes, para tratar do problema de segurança envolvendo a fiscalização da prefeitura no combate aos perueiros clandestinos.
A sugestão para o encontro entre Pitta e Covas partiu de um grupo de deputados federais que estiveram anteontem no gabinete do prefeito de São Paulo.
Embora tenha evitado dizer claramente que saiu vitorioso na queda de braço com o governador, o prefeito afirmou que "as pesquisas que demonstram a insatisfação da população e o episódio ocorrido na sexta-feira, que culminou com a morte de três pessoas, devem ter contribuído para que ele (Covas) tenha colocado a força policial na rua".
Ontem, durante entrevista concedida depois da inauguração de mais uma etapa do Cingapura na favela Heliópolis, no Sacomã, zona sudeste, Pitta acusou a ex-prefeita e deputada federal Luíza Erundina (PSB-SP) de ser a responsável pelos problemas com os perueiros.
"Isso começou em 1990, quando a Erundina permitiu a operação dessas lotações clandestinas."
A deputada federal rebateu as críticas do prefeito afirmando que Pitta "não consegue resolver o que é de sua responsabilidade e, por isso, está buscando culpados".
Erundina disse que "isso só mostra o quanto ele é incompetente". De acordo com a deputada, quando ela deixou a prefeitura, em 1992, havia aproximadamente 2.500 perueiros legalizados. Quando Pitta assumiu o mandato, em 97, o total de perueiros na cidade era de cerca de 5.000. Atualmente, segundo os próprios perueiros, há 15 mil lotações na cidade.



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