São Paulo, segunda-feira, 09 de fevereiro de 2004

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Previsão é de aumento das chuvas na região a partir de quarta, com a chegada de frente fria, diz ministro da Integração Nacional

Cheias no Sudeste devem se agravar, diz Ciro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, disse ontem que as chuvas deverão cair com maior intensidade em São Paulo e no Rio de Janeiro a partir da próxima quarta, podendo agravar os problemas causados pelas enchentes na região Sudeste. O ministro negou que a capital paulista tenha preferência na liberação de recursos para obras estruturais.
"A situação de enchente em São Paulo nos preocupa, porque tende a se agravar. A estimativa de chuvas para os próximos dias aponta a tendência de ceder a intensidade das cheias no Nordeste, salvo pontos isolados, e de recrudescer um pouco na área do Sudeste a partir de quarta-feira, por causa de frente fria que entra pelo Sul. Entretanto, a atenção que o governo federal está dando é igual para todos os lugares", disse.
Por causa de uma nova frente fria, as tempestades em São Paulo e no Rio poderão atingir 50 mm de água por dia, quando o normal para meses de fevereiro é de 180 mm por mês, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Um milímetro de chuva equivale a um litro por m2 de área.
Na última sexta, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), apresentou ao ministro um plano de recuperação da cidade, pediu a liberação de R$ 27 milhões para obras em regiões afetadas e defendeu "um pouco mais de atenção" federal com São Paulo.
"A orientação do presidente é que os recursos disponibilizados para intervenções estruturais sejam liberados em um conjunto só para todas as áreas atingidas. Não será dado tratamento isolado para nenhuma comunidade, nem no Nordeste nem no Sudeste", afirmou ontem Ciro.
A prioridade, disse o ministro, é atender às vítimas, com medidas para garantir abrigo, alimentos, assistência médica, remédios e água potável. Já foram liberados R$ 32 milhões e não faltará verba, disse Ciro. Obras estruturais ficam para uma segunda fase.
O ministro apresentou ontem levantamento dos prejuízos causados pelas chuvas no país e fez "prestação de contas" das medidas desenvolvidas pelo governo.
O Inmet, disse Ciro, registrou no Nordeste 600 mm de chuva em janeiro. A média é de 100 mm.
O prejuízo já excede R$ 200 milhões. São 644 municípios, sendo sete em situação crítica, todos na Paraíba, e 32 em situação de parcial isolamento. Há 213 escolas danificadas, 76.338 pessoas desabrigadas (perderam as casas e estão em abrigos oficiais) e 102.096 desalojadas (deixaram as casas, mas não estão em abrigos).



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