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CARNAVAL
Sem vencer desde 2001, escola apresentou enredo sobre mestres da literatura infantil; anúncio das vencedoras será hoje à tarde
Imperatriz é forte candidata ao título
DA SUCURSAL DO RIO
Assim como a Portela, que a antecedeu na avenida, a Imperatriz
Leopoldinense terminou seu desfile provocando lágrimas em seus
componentes. Mas os motivos foram bem diferentes: a escola chorou por cruzar a linha final em cima da marca dos 80 minutos, evitando perder pontos por atraso e
coroando uma apresentação que
lhe deixa na condição de forte
candidata ao título.
Nem todas as fantasias e alegorias criadas pela carnavalesca Rosa Magalhães para a Imperatriz
eram claramente compreensíveis,
e a escola continua sendo muito
mais técnica do que empolgante,
mas ainda assim foi o seu melhor
desfile nos últimos anos.
Sem vencer desde 2001, a agremiação apostou num enredo que
uniu o dinamarquês Hans Christian Andersen e o brasileiro Monteiro Lobato, dois mestres da literatura infantil, o que permitiu explorar personagens como Emília
e soldadinho de chumbo. O desfile pode ter sido o último de Luiza
Brunet como madrinha de bateria
após dez anos de fidelidade.
Última a desfilar, já sob a luz do
sol, a Beija-Flor poderá perder
pontos por causa do seu excesso
de alas. Laíla, coordenador da comissão de Carnaval, optou por dividir o enredo (sobre as Missões
jesuíticas no Rio Grande do Sul)
em 50 alas, quando as escolas normalmente contam com cerca de
30. A mistura entre as alas e o
pouco espaço para os componentes evoluírem podem tirar pontos
da escola. Seu grande trunfo foi o
samba, com um refrão eficiente
que empolgou os espectadores.
Contrariando o desejo da Arquidiocese do Rio, a Beija-Flor
manteve a representação do martírio de Jesus Cristo no desfile.
Atrás do ator Cleber Carvalho vinha uma ala de centuriões fazendo uma saudação com braços levantados e mãos fechadas. "Não
era uma saudação nazista. Como
Hitler, Herodes foi o mensageiro
da morte", disse Cid Carvalho, integrante da comissão de Carnaval.
Com exceção da Portela, as outras escolas da noite saíram da
passarela sonhando com o desfile
das campeãs, no próximo sábado.
A Porto da Pedra e a Caprichosos
de Pilares, as duas primeiras, reviveram outros carnavais: a primeira animou um pouco o público
com a reedição de "Carnaval, Festa Profana", enredo da União da
Ilha em 1989; a Caprichosos de Pilares animou mais lembrando os
Carnavais de 1984 a 2004 e trazendo Luma de Oliveira de volta, como madrinha de bateria.
A Viradouro, de quem se esperava muito, teve um carro quebrado que não entrou e outro
com problemas: a alegoria do trigal humano teve dificuldades de
locomoção e abriu um buraco.
Já a Grande Rio, que tinha referências a seu patrocinador no
samba, evitou o merchandising
no desfile. Tratando de alimentação, a escola conseguiu empolgar
a platéia em alguns momentos.
Cenas da novela "Senhora do
Destino" foram gravadas no início e no fim da apresentação da
Grande Rio.
A apuração dos desfiles do Grupo Especial começa hoje às 15h45
na Marquês de Sapucaí e será
transmitida ao vivo pela Rede
Globo. Em seguida, ocorrerá a
apuração do Grupo de Acesso.
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