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CARNAVAL
Músico Luiz Gonzaga foi o destaque no desfile dos bonecos gigantes na terra do frevo; foliões reclamaram de placas publicitárias
Rei do forró é homenageado em Olinda
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM OLINDA
O rei do forró reinou ontem na
terra do frevo, em plena terça de
Carnaval. A figura do músico Luiz
Gonzaga foi a principal atração do
desfile dos bonecos gigantes de
Olinda (PE).
O evento, que reuniu cerca de
cem personagens, foi aberto pelo
boneco do sanfoneiro. Confeccionado com um chapéu de cangaceiro na cabeça e uma sanfona nas
mãos, a peça é a maior e a mais
pesada já feita até agora.
"É o maior de todos porque ele
sempre foi o maior", disse o artista plástico Silvio Botelho, o "pai
dos gigantes" e coordenador do
desfile. O Gonzagão tem 4 m de
altura e pesa 40 kg. As outras figuras medem 3,4 m e pesam, no máximo, 25 kg.
A estréia do boneco gigante foi
prestigiada por Chiquinha Gonzaga, 79, irmã do sanfoneiro. Uma
das poucas mulheres a dominar a
sanfona de oito baixos, ela disse
que a homenagem era "maravilhosa" e que, apesar de não gostar
de Carnaval, participou da festa
"para dar andamento à cultura
dos bonecões".
Questionada se considerava a
homenagem tardia, Chiquinha,
única remanescente do grupo familiar "Os 7 Gonzagas", disse que
"as coisas acontecem no seu tempo, mas que, se tivesse sido feita
antes, seria merecida".
Além do Gonzagão, outros bonecos gigantes estrearam no desfile. Entre eles, estavam o Garoto
Treloso e o Bobo da Corte. As novas peças se juntaram aos personagens já conhecidos dos foliões e
circularam por quase duas horas.
Balançando os braços e fazendo
reverências para agradecer os
aplausos, as figuras foram acompanhadas por três orquestras de
frevo. A única queixa se referia à
quantidade de placas publicitárias no desfile, que atrapalhava a
visão das pessoas e dificultava a
dança dos foliões nas ruas.
Com a festa de ontem, o cortejo
dos bonecos gigantes de Olinda
completou 18 anos. A origem deles, entretanto, é bem mais antiga.
Em Pernambuco, a primeira figura surgiu no sertão, em Belém do
São Francisco, em 1919.
Batizado de Zé Pereira, ele tinha
estrutura de madeira -os atuais
são de alumínio. Em Olinda, o
personagem surgiu apenas em
1932. Batizado de Homem da
Meia-Noite, ele se transformou
em bloco e continua circulando
até hoje durante o Carnaval.
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