São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007

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Companhias aéreas prometem evitar caos no Carnaval

Objetivo do termo de compromisso assinado com a Anac é garantir a normalidade nos vôos do país durante o feriado

Entre as ações estaria a alocação de aviões reservas nos aeroportos durante os horários de maior movimento de passageiros

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As companhias aéreas assinaram um termo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) comprometendo-se a tomar medidas práticas para evitar o caos nos aeroportos durante o Carnaval.
Segundo apurou a Folha, uma das ações seria a alocação de aeronaves reservas em aeroportos-chave durante horários de maior movimento. Também haverá um número maior de tripulações em "stand by".
Por conta desse compromisso, a Anac baixou o tom e evitou impor exigências às empresas. Nos bastidores, diretores justificam dizendo que isso não seria justo porque as próprias companhias se anteciparam.
Em nota divulga ontem, a agência propõe um maior número de pessoas em solo. Seja da Anac -fiscalizando e atendendo passageiros-, seja das empresas -para informar melhor os clientes sobre o motivo de atrasos, caso ocorram.
A única menção feita pela agência que poderia ser vista como uma reação aos problemas ocorridos às vésperas do Natal -quando uma sucessão de atrasos provocou caos em aeroportos por todo o país- está em uma recomendação da Anac às companhias.
Sugere que as empresas "avaliem a política de vendas de passagens no período do Carnaval para que não ocorra nenhuma lesão ao direito do usuário em ver satisfeita a relação contratual com a empresa aérea".
Em café da manhã com jornalistas no início de janeiro, o diretor-presidente da agência, Milton Zuanazzi, prometeu a elaboração de um plano de contingência para eventualidades no setor aéreo.
Segundo apurou a Folha, o plano está em elaboração e deverá ser divulgado ainda no primeiro semestre. Por isso não poderá ser aplicado no período de Carnaval.
Desde a queda do vôo 1907, que matou 154 pessoas no dia 29 de setembro, no maior acidente aéreo da história do Brasil, o país vive uma sucessão de problemas no setor.
Representantes das companhias, congressistas e especialistas criticam a Anac por, segundo eles, não lidar com os problemas da maneira correta.

Fiscalização
Entre as ações previstas pela Anac para o Carnaval está o aumento das equipes de fiscalização nos 15 principais aeroportos, nos períodos de 15 a 17 e de 21 a 25 de fevereiro.
Os alvos são: Brasília, Galeão e Santos Dummont, no Rio, Congonhas e Guarulhos, em São Paulo, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal, Florianópolis, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus, Belém e Curitiba.

Procon
Em reunião realizada ontem com o Procon e o Ministério Público Estadual, oito empresas aéreas que atuam em São Paulo confirmaram ter planos de emergência para o feriado de Carnaval, mas não quiseram dar detalhes das medidas que podem tomar. As companhias alegaram que não poderiam informar dados comerciais ou de caráter confidencial.
As empresas -TAM, Gol, BRA, Rio Sul, Varig, Total, Ocean Air e Pantanal- garantiram que não praticarão o overbooking -venda de passagens acima da capacidade.
"Vamos monitorar e podemos fazer fiscalizações preventivas", disse o diretor-executivo do Procon, Roberto Pfeiffer. Segundo ele, só com base nas informações passadas pelas empresas é impossível avaliar se as companhias estão mais bem preparadas para atender os clientes do que nos feriados de Natal e Ano Novo.


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