|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Técnico responsabiliza o governo estadual
da Sucursal do Rio
Os vazamentos da Cedae que
despejaram cerca de 5 milhões de
litros de esgoto sem qualquer tratamento na lagoa Rodrigo de
Freitas (zona sul do Rio), no início
de fevereiro, foram os principais
responsáveis pela morte de mais
de cem toneladas de peixes durante o Carnaval.
Segundo a análise do especialista em engenharia costeira e oceanográfica da Coppe-UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Paulo
Rosman, o volume de esgoto que
é normalmente despejado na lagoa não provocaria um acidente
com essas proporções.
Ele explica, ainda, que a grande
quantidade de detritos sem tratamento tende a provocar a morte
dos peixes cerca de um mês depois, como ocorreu.
A prefeitura do Rio já puniu a
Cedae com um total de R$ 5,6 milhões em multas neste ano, por
três diferentes vazamentos de esgoto na lagoa Rodrigo de Freitas.
O presidente da Cedae, Alberto
Gomes, disse ontem que a empresa "não pagou e nem vai pagar" as
multas. Ele afirma que não é esgoto, mas água que vem vazando da
tubulação. "Vou ter que parar os
investimentos para pagar multas?", questionou.
Desde a morte dos peixes na lagoa, no último domingo, a empresa e a prefeitura vêm trocando
acusações sobre a responsabilidade do acidente ecológico.
Rosman afirma que a única solução para a lagoa, inclusive em
casos de vazamentos, é tornar o
canal do Jardim de Alá (na zona
sul do Rio, onde acontece a troca
de água entre a lagoa e o mar)
mais comprido, largo e profundo.
Desse modo, o volume de troca
de água vai atingir, diariamente, o
equivalente a 30% do total da
água da lagoa, gerando mais oxigenação. Atualmente, segundo
Rosman, o volume trocado não
atinge nem 1% do total.
Com a renovação permanente
da água, mesmo grandes quantidades de detritos, como as geradas pelos vazamentos, podem ser
diluídas com mais facilidade.
Segundo o engenheiro, as lagoas da Barra da Tijuca, mais poluídas que a Rodrigo de Freitas,
não correm o risco de morte de
grande quantidade de peixes por
serem maiores.
Texto Anterior: Biólogo sai e diz que não quer ser conivente Próximo Texto: Vazamento: Para Ibama, quantidade de óleo derramado por balsa é pequena Índice
|