São Paulo, sexta-feira, 09 de março de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MINAS GERAIS

Moradores de rua e menores infratores também serão beneficiados

Projeto leva Internet a detentos

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Um convênio assinado anteontem entre a Secretaria da Justiça e Direitos Humanos de Minas Gerais e a Microsoft no Brasil vai levar a Internet a detentos, menores infratores e moradores de rua. A iniciativa é inédita no país, segundo o governo de Minas.
Batizado de "Janelas para a Cidadania", o projeto pretende abranger todos os estabelecimentos mineiros -9 penitenciárias, 3 colônias penais, 2 hospitais, 2 albergues e 7 casas de recuperação de menores.
A iniciativa surgiu há oito meses a partir de contatos informais entre o governo e a empresa e foi concretizada com a doação de US$ 200 mil em equipamentos.
Ao governo caberá a instalação do equipamento em rede e a manutenção do sistema por meio da Prodemge (Companhia de Processamento de Dados de Minas Gerais), que capacitará agentes penitenciários para a operação técnica do equipamento. A Unicentro Newton Paiva, faculdade privada, cuidará da parte didática e pedagógica.
A instalação começará a partir das unidades prisionais e de recuperação da região metropolitana de Belo Horizonte e deverá ser concluída até o fim de maio.
As primeiras a ser contempladas pelo projeto serão a Penitenciária Industrial Estevão Pinto, o Centro de Integração do Adolescente e o Centro de Reeducação São Jerônimo.
O "Janelas para a Cidadania", de acordo com o governo, tem por objetivo integrar o preso, os menores infratores e moradores de rua à Internet e estimulá-los a buscar a sua alfabetização para usar o computador.
O analista de sistemas Ildeo de Lima Bastos, da Prodemge, afirmou que o sistema é totalmente seguro e não permitirá ao detento ou menor infrator usar a Internet para fazer contato externo.
Ele disse que o conteúdo será limitado ao do site desenvolvido por uma empresa privada, em que haverá apenas links para assuntos relacionados à educação.
A Microsoft, por meio da sua assessoria de imprensa, informou que é impossível o preso usar o equipamento para colocar em perigo a segurança do presídio.
Cíntia Borges Margi, mestre em rede e engenheira de computação do Laboratório de Arquitetura e Rede de Computadores da USP, disse que nenhum sistema é "100% seguro". "Em segurança, temos uma regra básica: nada é 100% seguro", afirmou.


Texto Anterior: Descascar casca de alho é atividade comum em MG
Próximo Texto: Panorâmica - Violência: Rapaz alugou arma para matar irmão de Boesel
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.