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MINAS GERAIS
Moradores de rua e menores infratores também serão beneficiados
Projeto leva Internet a detentos
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Um convênio assinado anteontem entre a Secretaria da Justiça e
Direitos Humanos de Minas Gerais e a Microsoft no Brasil vai levar a Internet a detentos, menores
infratores e moradores de rua. A
iniciativa é inédita no país, segundo o governo de Minas.
Batizado de "Janelas para a Cidadania", o projeto pretende
abranger todos os estabelecimentos mineiros -9 penitenciárias, 3
colônias penais, 2 hospitais, 2 albergues e 7 casas de recuperação
de menores.
A iniciativa surgiu há oito meses
a partir de contatos informais entre o governo e a empresa e foi
concretizada com a doação de
US$ 200 mil em equipamentos.
Ao governo caberá a instalação
do equipamento em rede e a manutenção do sistema por meio da
Prodemge (Companhia de Processamento de Dados de Minas
Gerais), que capacitará agentes
penitenciários para a operação
técnica do equipamento. A Unicentro Newton Paiva, faculdade
privada, cuidará da parte didática
e pedagógica.
A instalação começará a partir
das unidades prisionais e de recuperação da região metropolitana
de Belo Horizonte e deverá ser
concluída até o fim de maio.
As primeiras a ser contempladas pelo projeto serão a Penitenciária Industrial Estevão Pinto, o
Centro de Integração do Adolescente e o Centro de Reeducação
São Jerônimo.
O "Janelas para a Cidadania", de
acordo com o governo, tem por
objetivo integrar o preso, os menores infratores e moradores de
rua à Internet e estimulá-los a
buscar a sua alfabetização para
usar o computador.
O analista de sistemas Ildeo de
Lima Bastos, da Prodemge, afirmou que o sistema é totalmente
seguro e não permitirá ao detento
ou menor infrator usar a Internet
para fazer contato externo.
Ele disse que o conteúdo será limitado ao do site desenvolvido
por uma empresa privada, em
que haverá apenas links para assuntos relacionados à educação.
A Microsoft, por meio da sua assessoria de imprensa, informou
que é impossível o preso usar o
equipamento para colocar em perigo a segurança do presídio.
Cíntia Borges Margi, mestre em
rede e engenheira de computação
do Laboratório de Arquitetura e
Rede de Computadores da USP,
disse que nenhum sistema é
"100% seguro". "Em segurança,
temos uma regra básica: nada é
100% seguro", afirmou.
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