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VIOLÊNCIA
Na zona oeste, polícia desativa bomba achada em carro; na leste, 2 homens em moto jogam explosivo e atiram contra prédio
Fóruns sofrem atentados em São Paulo
Rubens Cavallari/Folha Imagem
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Policiais do Gate carregam explosivo encontrado em frente ao fórum de Barra Funda (centro) |
FABIANE LEITE
BERTA MARCHIORI
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois atentados a bomba ontem
esvaziaram prédios da Justiça
paulista: o Fórum Criminal Ministro Mário Magalhães (zona
oeste da cidade de São Paulo) e o
Juizado Especial Cível e Criminal
de Guaianazes (zona leste).
Às 15h09, homens do Gate
(Grupo de Ações Táticas Especiais) desmantelaram o detonador de artefato com 40 kg de explosivos de alto poder de destruição colocado em um Escort branco, estacionado a poucos metros
da entrada do fórum da Barra
Funda, por onde circulam 7.000
pessoas por dia. Fios ligavam o
explosivo à bateria, que alimentaria a bomba. A polícia não sabe
como funcionaria o detonador.
O carro-bomba só foi notado no
início da madrugada, porque estava com os faróis acesos, mas já
estaria no local desde a noite anterior. Policiais militares buscaram
identificar o proprietário do veículo até amanhecer, mas encontraram apenas um endereço falso.
Pela manhã, descobriram os explosivos. O fórum começou a ser
esvaziado somente às 9h. Funcionários foram avisados por telefone. Houve correria. Policiais
apontaram ligação do caso com a
facção criminosa PCC.
Em Guaianazes, motoqueiros
atiraram uma bomba caseira contra o juizado, por volta das 14h.
Foi encontrada uma faixa com a
sigla da facção próxima ao local.
Os homens também atiraram
contra o edifício com uma pistola,
mas ninguém ficou ferido.
A assessoria de imprensa do
Tribunal de Justiça informou que
o juizado de Guaianazes atua somente em casos simples, que não
motivariam a ação.
Para o comandante do Gate,
Diógenes Dalle Lucca, quem promoveu o atentado na Barra Funda
"tinha noção da técnica". Em
2000 houve explosão em banheiro
do fórum da zona oeste. Em julho
passado, uma bomba feriu funcionários do Fórum João Mendes.
Anteontem, os sequestradores
do publicitário Washington Olivetto prestaram depoimento no
fórum da Barra Funda, sob forte
esquema de policiamento. "O
Maurício [Norambuena, líder do
sequestro" disse que fugiria. Mas
não lembro se esse carro já estava
aqui", afirmou o delegado da DAS
(Divisão Anti-Sequestro), Antônio Olin, que acompanhava os sequestradores.
Na tarde de ontem, às 13h, ocorreria o interrogatório dos policiais
Hélio Carlo Barba, Alessandro
Ramos da Silva e Guilherme Barboza Pallazo, acusados de envolvimento no tráfico de drogas na
cracolândia (centro de São Paulo). A prisão preventiva dos três
completou 84 dias. "Vamos pedir
a libertação deles", disse Fernando Maffei Dardis, do escritório de
advocacia que defende o grupo.
Ele afirma que familiares do grupo receberam ameaças de morte
recentemente.
O Fórum Mário Magalhães não
tem nenhum controle sobre os
veículos que entram no estacionamento (que pode abrigar 1.800).
O explosivo usado na Barra
Funda, da marca Mag-Gel, é um
tipo de emulsão que contém nitrato, aplicado em pedreiras e minas e com poder equivalente ao de
dinamites -os efeitos da bomba
poderiam causar danos em um
raio de até 50 metros.
O artefato tinha uma antena, o
que indica que poderia ser acionado à distância. O Gate utilizou
uma pequena quantidade de explosivo para destruir parte da
bomba e desativá-la.
Ontem, um dia depois da maior
operação já realizada pela Polícia
Civil, na favela Pantanal, zona sul,
o secretário da Segurança Pública,
Saulo de Castro Abreu Filho, não
quis comentar os atentados.
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