São Paulo, sábado, 09 de março de 2002

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VIOLÊNCIA

PM deteve dois suspeitos de jogar bomba contra juizado de Guaianazes, libertados depois por falta de provas

Polícia acha faixa do PCC perto de atentado

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma faixa com os dizeres "PCC a luta continua 1533 GCRP" foi encontrada em um matagal a cerca de 50 metros do Juizado Especial Cível e Criminal de Guaianazes, zona leste de São Paulo, alvo de um atentado à bomba ontem.
Há três dias, 12 integrantes da facção criminosa foram mortos por policiais militares durante ação no interior do Estado. O PCC estaria vinculado ainda a três outros atentados a bomba, neste ano, contra a Secretaria da Administração Penitenciária.
A Polícia Militar deteve ontem dois suspeitos, que foram liberados no fim da noite por falta de provas. Um tinha ferimento na mão direita, mas disse que passava pelo local quando foi atingido.
De acordo com investigadores, não é possível ter certeza de que a faixa esteja ligada ao atentado contra o juizado. Duas motos que podem ter sido usadas também foram apreendidas pela polícia.
No carro-bomba encontrado no fórum da Barra Funda, zona oeste, segundo policiais, haveria um bilhete que vincularia o atentado ao grupo. A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança disse desconhecer a informação.
Havia pedaços de pano no carro-bomba, mas a polícia informou não saber se continha dizeres. Para o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, que estava no local, a ação pode ter sido revide de criminosos. "Cada vez que a gente aperta, eles gritam", afirmou. "Não sei de bilhete", afirmou, no entanto, sobre a suposta mensagem da facção criminosa.
A polícia desconfia que o Escort usado no atentado contra o fórum da Barra Funda ontem possa ter placa dublê -uma placa falsa é colocada em um carro de modelo e cor semelhantes ao verdadeiro para confundir a polícia. Não há informações de que o veículo tenha sido furtado ou roubado.
"Agora tudo é PCC", ironizou o diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), Godofredo Bittencourt. Mas ele reconhece que os atentados mostram um poder de força dos criminosos.
"Foi uma ação fora do normal, com explosivos de grande impacto", afirmou Bittencourt.



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