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VIOLÊNCIA
Encapuzado mata dono de empresa de construção e sua mulher em posto de gasolina; hipótese de assalto é descartada
Empresário é morto a tiros na Faria Lima
IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário libanês Mikhael
Youssef Nassar, 39, e sua mulher,
Marie Noel Georges Minassi, 31,
foram mortos anteontem, por
volta das 21h40, em um posto de
gasolina entre as avenidas Brigadeiro Faria Lima e Juscelino Kubitschek (zona oeste). O autor dos
disparos estava encapuzado e utilizou uma arma com silenciador.
O local é considerado uma das
áreas mais nobres da capital paulista. O shopping Iguatemi, primeiro e um dos mais luxuosos
centros comerciais da cidade, fica
próximo ao cruzamento.
O casal, que ia para a casa de
amigos, teve o pneu traseiro direito do carro furado ao sair do túnel
Tribunal de Justiça. Segundo a
polícia, o pneu foi danificado por
uma madeira com pregos deixada
propositalmente na avenida.
Segundo a assessoria de imprensa da CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego), as câmeras fixadas no túnel não registraram nada anormal no horário.
O delegado Hamilton Benfica,
do 15º DP (Itaim Bibi) descartou a
hipótese de assalto. No carro de
Nassar foram encontrados dólares, talões de cheque, telefones celulares e cartões de crédito. Aparentemente, o assassino não levou
nenhum pertence do casal.
Ao perceber o pneu furado, o
empresário ligou para seu motorista, José Petronilo Santos, pedindo orientações. Depois disso,
outras quatro ligações foram feitas -a última, para perguntar a
localização do macaco hidráulico
no automóvel. Minutos depois, ao
ligar para o telefone de Nassar, o
motorista ouviu os disparos.
Enquanto esperava um frentista
trocar o pneu, Nassar recebeu um
tiro na nuca. O suspeito usava capuz, aparentava ser forte e media
cerca de 1,85 metro, segundo o
frentista. Ao perceber o tiro no
marido, Marie gritou e recebeu
um tiro no rosto. A arma utilizada, segundo a polícia, foi uma pistola 765, com silenciador.
O suspeito voltou a atirar duas
vezes contra Nassar e outras duas
contra sua mulher. Depois, fugiu
no banco do carona de um Gol
prata, que tinha películas nos vidros -conhecidas como "insulfim". Ninguém anotou a placa do
carro que, segundo testemunhas,
foi acompanhado por um Palio
em direção a Pinheiros. O circuito
interno de filmagem do posto de
gasolina estava desligado.
Testemunhas, que preferiram
não se identificar, disseram à Folha que um carro da Polícia Militar havia deixado o posto minutos
antes da chegada do empresário.
Cerca de dois minutos depois de a
polícia ter sido informada do crime, o carro voltou ao local.
Nassar era dono da empresa de
construção civil Nassar Construções e Empreendimentos Ltda.,
onde não houve expediente ontem. "Estamos de luto. Não temos
nada a declarar", afirmou uma
funcionária da empresa.
Parentes do casal, que não quiseram se identificar, disseram
apenas que confiavam na polícia
para capturar os envolvidos.
O casal deixou duas filhas, de
quatro e três anos. O enterro será
amanhã, pois a família aguarda a
chegada de parentes do Líbano.
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