São Paulo, sábado, 09 de março de 2002

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VIOLÊNCIA

Encapuzado mata dono de empresa de construção e sua mulher em posto de gasolina; hipótese de assalto é descartada

Empresário é morto a tiros na Faria Lima

IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário libanês Mikhael Youssef Nassar, 39, e sua mulher, Marie Noel Georges Minassi, 31, foram mortos anteontem, por volta das 21h40, em um posto de gasolina entre as avenidas Brigadeiro Faria Lima e Juscelino Kubitschek (zona oeste). O autor dos disparos estava encapuzado e utilizou uma arma com silenciador.
O local é considerado uma das áreas mais nobres da capital paulista. O shopping Iguatemi, primeiro e um dos mais luxuosos centros comerciais da cidade, fica próximo ao cruzamento.
O casal, que ia para a casa de amigos, teve o pneu traseiro direito do carro furado ao sair do túnel Tribunal de Justiça. Segundo a polícia, o pneu foi danificado por uma madeira com pregos deixada propositalmente na avenida.
Segundo a assessoria de imprensa da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), as câmeras fixadas no túnel não registraram nada anormal no horário.
O delegado Hamilton Benfica, do 15º DP (Itaim Bibi) descartou a hipótese de assalto. No carro de Nassar foram encontrados dólares, talões de cheque, telefones celulares e cartões de crédito. Aparentemente, o assassino não levou nenhum pertence do casal.
Ao perceber o pneu furado, o empresário ligou para seu motorista, José Petronilo Santos, pedindo orientações. Depois disso, outras quatro ligações foram feitas -a última, para perguntar a localização do macaco hidráulico no automóvel. Minutos depois, ao ligar para o telefone de Nassar, o motorista ouviu os disparos.
Enquanto esperava um frentista trocar o pneu, Nassar recebeu um tiro na nuca. O suspeito usava capuz, aparentava ser forte e media cerca de 1,85 metro, segundo o frentista. Ao perceber o tiro no marido, Marie gritou e recebeu um tiro no rosto. A arma utilizada, segundo a polícia, foi uma pistola 765, com silenciador.
O suspeito voltou a atirar duas vezes contra Nassar e outras duas contra sua mulher. Depois, fugiu no banco do carona de um Gol prata, que tinha películas nos vidros -conhecidas como "insulfim". Ninguém anotou a placa do carro que, segundo testemunhas, foi acompanhado por um Palio em direção a Pinheiros. O circuito interno de filmagem do posto de gasolina estava desligado.
Testemunhas, que preferiram não se identificar, disseram à Folha que um carro da Polícia Militar havia deixado o posto minutos antes da chegada do empresário. Cerca de dois minutos depois de a polícia ter sido informada do crime, o carro voltou ao local.
Nassar era dono da empresa de construção civil Nassar Construções e Empreendimentos Ltda., onde não houve expediente ontem. "Estamos de luto. Não temos nada a declarar", afirmou uma funcionária da empresa.
Parentes do casal, que não quiseram se identificar, disseram apenas que confiavam na polícia para capturar os envolvidos.
O casal deixou duas filhas, de quatro e três anos. O enterro será amanhã, pois a família aguarda a chegada de parentes do Líbano.



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