DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 230 mil projéteis apreendidos na noite de anteontem no interior de São Paulo podem ter relação com a quadrilha de Wanderson Newton de Paula Lima, o Andinho, 23. A afirmação é de Wagner Giudice, delegado titular da Deas (Delegacia Anti-Sequestro), responsável pela operação. Ninguém foi preso.
A polícia chegou à carga -roubada no dia 11 de dezembro, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (35 km de São Paulo)- ao interceptar conversas de uma quadrilha de sequestradores que estaria com a munição, avaliada em cerca de R$ 215 mil.
Os sequestradores e a quadrilha de Andinho agiam na mesma região e uma ligação entre eles já vinha sendo investigada. Ainda não há provas de que tenham participado de alguma ação conjunta.
Durante diligências, os policiais suspeitaram de um caminhão, que foi abandonado em um posto de gasolina em Aguaí (206 km de São Paulo). Ao abrir o baú, por volta das 24h, acharam cerca de duas toneladas de cartuchos, de vários calibres diferentes.
O caminhão foi roubado na hora do almoço de anteontem, em São Paulo. Ele tem um adesivo da Folha na parte frontal, mas não prestava serviços à empresa.
Os projéteis roubados pertencem à CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), maior fabricante brasileira desse tipo de munição. A carga achada corresponde a 90% do que foi roubado. Não foram encontrados 44 rifles de caça calibre 22, que faziam parte do roubo. Esse tipo de arma raramente é usado por quadrilhas devido ao seu baixo poder de fogo.
Segundo Giudice, nas conversas interceptadas, os sequestradores pareciam ter problemas com a munição. "Ninguém queria segurar a carga. Devem ter tido problema para comercializá-la."
Ontem, Andinho foi transferido para a Casa de Custódia de Taubaté. Ele estava na Delegacia de Investigações sobre o Crime Orhavia duas semanas.