São Paulo, sábado, 09 de março de 2002

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Laudo aponta uso de 8 das 14 armas do PCC

ALESSANDRO SILVA
ENVIADO ESPECIAL A SOROCABA

Cinco pistolas, duas espingardas calibre 12 e uma submetralhadora que estavam com os homens do PCC mortos pela polícia em Sorocaba, na última terça-feira, deram resultado positivo no exame de disparo recente feito pelo Instituto de Criminalística.
Isso quer dizer que 8 entre 14 armas apreendidas no comboio fizeram disparos dias antes ou no confronto com policiais militares, no pedágio da rodovia Senador José Antonio Ermírio de Morais.
Quatro fuzis, um revólver calibre 38 e uma pistola deram negativo, portanto não foram utilizadas no tiroteio com a PM.
Anteontem, teste residuográfico do IC encontrou pólvora na mão de 3 dos 12 mortos, comprovando que eles atiraram. O problema é que não se pode afirmar que os outros não deram tiros, porque o socorro prestado aos baleados pode ter atrapalhado a coleta das amostras analisadas.
Para o delegado Ivaney Cayres de Souza, diretor do Deinter-7, as provas encontradas até agora indicam que a ação da PM foi legítima. Os laudos do IML (Instituto Médico Legal) sobre os disparos nos corpos ainda não foram incluídos no inquérito.
"Não era preciso que todos [os mortos" tivessem atirado nem que um policial morresse para caracterizar legítima defesa", disse.
Um representante da Procuradoria Geral de Justiça, o promotor Amauri Chaves Arfelli, indicado para verificar se houve abuso na ação, acompanha o inquérito.
Todas as 34 armas dos policiais militares envolvidos no tiroteio deram resultado positivo no exame de recenticidade do IC.
Por falta de preservação do local do crime, não é possível saber em que veículos estavam os mortos. O comando da ação no local disse que não preservou o local pois era preciso socorrer os feridos.
Apesar das declarações de um porta-voz do PCC de que o alvo do comboio era roubar um avião pagador em Sorocaba, a polícia ainda trabalha com as hipóteses de resgate de presos ou de vingança -grupo estaria viajando apara atacar integrantes de facção rival.
A polícia concentra as investigações em Campinas, onde mora Evaristo Abreu dos Santos, o suspeito de integrar o comboio e que foi preso após o confronto, depois de roubar a arma de um policial. Na casa dele, foram achadas uma pistola e uma espingarda.
A polícia de Sorocaba espera receber a fita do grampo em que a PM descobriu a operação do PCC.



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