|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Cidade paulistana poderia se endividar mais
Em Brasília, Serra propõe equiparar limite da dívida de SP ao dos Estados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), foi ontem a Brasília
tentar renegociar o limite da dívida da cidade. Uma das propostas
é equiparar a situação de São Paulo à dos Estados, que podem acumular dívida equivalente a duas
vezes sua receita. Para os municípios a proporção é de 1,2. Ele também quer mudar a correção da dívida pelo IGP-DI para o IPCA.
"O limite dos municípios hoje é
muito abaixo do limite dos Estados. No caso das cidades maiores,
como é o caso de São Paulo, que
tem o terceiro, quarto orçamento
do Brasil isso não se justifica. O limite deve ser parecido com o dos
Estados e deve ser fixado por orçamento", disse ele.
Um dos compromissos de Serra
na capital foi um encontro com o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A alteração
do limite de endividamento dos
municípios tem que ser feita pela
Casa, através de um projeto de resolução. A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) criou ontem
uma Subcomissão de Assuntos
Municipais para debater o tema.
À noite, após rápida reunião
com o ministro Antonio Palocci
Filho (Fazenda), Serra disse que
não discutiu mudanças nas dívidas do município, mas ressaltou
que não quer alteração na Lei de
Responsabilidade Fiscal.
A dívida paulistana com a
União já ultrapassa R$ 30 bilhões,
acima do limite estabelecido pelo
Senado. A renegociação da dívida
encontra resistências na Casa. "Os
Estados e outros municípios vão
querer também", disse o senador
Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Serra defendeu mudança na
correção e no pagamento de precatórios e criticou "governantes
irresponsáveis" que permitiram a
concessão de indenizações milionárias por desapropriações.
A Prefeitura de São Paulo mudou ontem, por meio de portaria
publicada no "Diário Oficial" do
município, os critérios de pagamento a seus pequenos credores.
Os débitos não serão saldados por
dívidas consolidadas de cada fornecedor e sim por cada contrato.
Isso significa que um credor que
tem R$ 300 mil a receber em três
contratos diferentes de R$ 100
mil, por exemplo, não vai mais receber apenas o teto de R$ 100 mil
deste ano, estabelecido pelos auxiliares de Serra. Como o pagamento será feito por contrato, ele
receberá tudo o que é devido.
Com a mudança, a prefeitura terá de desembolsar cerca de R$ 40
milhões a mais do que os R$ 533
milhões reservados que a equipe
do prefeito diz ter sido deixada
por Marta Suplicy (PT).
A alteração nas condições de
pagamento ocorre num momento em que a administração paulistana é pressionada pelos credores,
segundo os quais houve quebra
de contrato nos critérios de pagamento estabelecidos por Serra.
Texto Anterior: Instituto do Câncer terá segunda unidade em SP até o final do ano Próximo Texto: Casa nova: Estudantes da USP Leste criticam a falta de opções de transporte Índice
|