da Agência Folha, em Irecê (BA)

Um levantamento realizado pela Polícia Militar em Irecê (BA) revela que cerca de 20 carros movidos a gás foram apreendidos por mês na cidade, no ano passado.
"A maioria estava com documentação irregular ou utilizava o gás de cozinha como combustível", disse o major José Luís dos Santos.
O major acrescentou que desde o último dia 23 -quando o Código Nacional de Trânsito começou a vigorar- os policiais intensificaram a fiscalização na região.
"Além da fiscalização, estamos fazendo uma campanha educativa e assinando convênios com a prefeitura para que todas as determinações do novo código sejam cumpridas."
O feirante Luiz Pires Ribeiro, 48, disse que nunca foi barrado pelos policiais desde que começou a usar o gás de cozinha como combustível, há dois anos. "Os próprios policiais sabem que não temos condições financeiras para arcar com os custos de outros combustíveis."
Para o feirante, o governo federal deveria liberar o uso do gás de cozinha. "Basta que os técnicos do governo desenvolvam um sistema que não ofereça riscos para os motoristas e acompanhantes."
O mecânico Marivaldo Alecrim de Miranda acrescentou que o motorista que se arrepender do uso do gás como combustível poderá fazer nova conversão em seu veículo. "Ele (o motorista) vai gastar R$ 600 com a compra do carburador, bomba, tanque, mangueira e filtros."
Segundo Miranda, menos de 5% das pessoas que usam o gás como combustível na região de Irecê procuram os mecânicos para dizer que ficaram arrependidas com a implantação do sistema. "A economia proporcionada pelo gás de cozinha é muito grande."
Movimento cresce
Funcionário de um posto de combustível em Irecê, João Pereira de Souza, 26, disse que o movimento no estabelecimento só é grande nos fins-de-semana e feriados prolongados.
"Os moradores de outras cidades que visitam Irecê é que costumam colocar combustíveis normais em seus veículos", diz. Com 56 mil habitantes, Irecê é a maior cidade da região. (LF)


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice