ALCINO BARBOSA JR.
especial para a Folha

O incômodo de usar óculos ou lentes de contato pode ser reduzido com a ajuda da tecnologia. As pessoas com miopia, hipermetropia, astigmatismo ou vista cansada encontram muitas opções no mercado. É preciso saber apenas escolher o modelo certo de acordo com a a necessidade de cada um.
Com o desenvolvimento de novos materiais e o aperfeiçoamento dos antigos, as lentes de contato estão se tornando cada vez mais confortáveis e práticas.
As lentes para óculos ficam cada vez mais finas, ganham mais resistência, filtros para raios ultravioleta, tratamentos anti-reflexo, antiabrasivo (contra arranhões) e antiembaçante.
Um oftalmologista deve ser consultado sempre que se quiser saber a melhor forma de corrigir um problema de visão.
"As lentes descartáveis são consideradas o maior avanço no mercado de lentes de contato", diz Milton Ruiz Alves, chefe do departamento de córnea e lentes de contato do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Quando são jogadas fora depois do uso, não trazem preocupações com limpeza e conservação. Mas se são retiradas dos olhos e reaproveitadas no dia seguinte devem passar pelos mesmos cuidados aplicados a uma lente gelatinosa comum.
No caso das lentes para óculos, o policarbonato, um material mais fino e resistente, é uma das novidades. "Do ponto de vista da segurança, essas lentes são quase perfeitas, porque dificilmente quebram e raramente se fragmentam em muitos pedaços", disse Ricardo Uras, professor de oftalmologia da Unifesp.
Por esses motivos elas são muito utilizadas para crianças e esportistas. "Porém, elas são mais caras e arranham mais", afirma Uras.
Os raios ultravioleta são outra preocupação dos médicos e fabricantes de lentes. Sabe-se que esse tipo de radiação danifica a córnea, o cristalino e a retina.
"Todas as lentes de óculos deveriam ter filtro para raios ultravioleta para prevenir esses problemas", diz Uras.
Cuidado especial deve ser dispensado às lentes coloridas e aos óculos de sol. Essas lentes diminuem a quantidade de luz que atinge os olhos. Com isso, a pupila é dilatada e mais raios ultravioleta podem entrar.
Óculos comprados em camelôs são um risco porque não existe garantia de que possuam filtros UV. Nas óticas, vale a pena pedir marcas de lente com esses filtros.

Cirurgia
A cirurgia refrativa, que corrige miopia, hipermetropia e astigmatismo, não pára de se aperfeiçoar. Mas ainda não corrige alguns problemas de visão e não é indicada para todos os pacientes.
Depois dos 40 anos, ninguém escapa da chamada presbiopia ou vista cansada. Ela é causada por uma perda da capacidade do cristalino de se adaptar às imagens próximas.
A cirurgia refrativa não combate a presbiopia. As pessoas operadas antes dos 40 vão desenvolver a vista cansada como qualquer outra pessoa e terão em algum momento que usar óculos ou lentes de contato novamente.
"Existem pesquisas para desenvolver uma cirurgia de correção da presbiopia", afirma José Carlos Reys, chefe do departamento de oftalmologia da Unifesp.
Os candidatos à cirurgia refrativa devem preencher alguns pré-requisitos. O grau das lentes deve permanecer estável por pelo menos dois anos.



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