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Polícia descobre em Campinas maior desmanche de carros do Estado de SP
CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Policiais do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime
Organizado), de São Paulo, encontraram na manhã de ontem,
em Campinas (95 km de SP), o
que consideraram o maior desmanche de carros do Estado. Foram presas no local 23 pessoas.
O desmanche funcionava em
um dos mais conhecidos ferros-velhos da cidade, o Tancredão
Autopeças, no Jardim Campos
Elíseos. Segundo a polícia, havia
peças de cerca de mil veículos.
Cerca de 80 policiais do Deic estiveram concentrados durante todo o dia de ontem no ferro-velho
para recolher as peças e tentar
identificar carros roubados.
A polícia estima que a comercialização das peças encontradas
renderia pelo menos R$ 3 milhões
aos criminosos.
"Em dez anos de Deic, nunca vi
um desmanche como este. O tamanho dele é fantástico", disse o
delegado da Divisão de Roubos de
Veículos e de Cargas do Deic, João
Demétrio, que comandou a ação.
Esse foi o segundo megadesmanche encontrado pelo Deic no
interior paulista nos últimos sete
dias. Na semana passada, foi descoberta uma casa em Taubaté
(130 km de SP), onde eram desmanchados carros roubados na
região do Vale do Paraíba. Foram
utilizados 15 caminhões para recolher as peças encontradas.
No momento da invasão ao ferro-velho, a equipe do Deic flagrou
funcionários desmanchando uma
picape Mitsubishi L.200, de valor
estimado em R$ 70 mil e que havia sido roubada anteontem em
Jundiaí (60 km de SP).
Não houve a participação de policiais de Campinas na ação. A delegacia seccional do município só
foi avisada da operação momentos antes de ela acontecer.
Entre os detidos estavam duas
mulheres, que trabalhavam como
atendentes e foram relacionadas
no inquérito como testemunhas.
Os demais foram presos em flagrante, acusados de receptação,
estelionato e formação de quadrilha. O proprietário do ferro-velho, Alfredo de Alcântara, tem
passagens na polícia por receptação, furto e estelionato, e não estava no local. Ele continuava foragido até o início da noite de ontem.
Segundo o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt, a polícia
acionou a Prefeitura de Campinas
e a Secretaria da Fazenda para
descobrir se o estabelecimento
funcionava regularmente e quantas peças adquiriu legalmente. A
prefeitura deve encaminhar fiscais ao local hoje.
"Quem comprou peças aqui deve procurar a polícia, para evitar
ser detido com material roubado", afirmou.
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