São Paulo, terça-feira, 09 de abril de 2002

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Polícia descobre em Campinas maior desmanche de carros do Estado de SP

CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Policiais do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), de São Paulo, encontraram na manhã de ontem, em Campinas (95 km de SP), o que consideraram o maior desmanche de carros do Estado. Foram presas no local 23 pessoas.
O desmanche funcionava em um dos mais conhecidos ferros-velhos da cidade, o Tancredão Autopeças, no Jardim Campos Elíseos. Segundo a polícia, havia peças de cerca de mil veículos.
Cerca de 80 policiais do Deic estiveram concentrados durante todo o dia de ontem no ferro-velho para recolher as peças e tentar identificar carros roubados.
A polícia estima que a comercialização das peças encontradas renderia pelo menos R$ 3 milhões aos criminosos.
"Em dez anos de Deic, nunca vi um desmanche como este. O tamanho dele é fantástico", disse o delegado da Divisão de Roubos de Veículos e de Cargas do Deic, João Demétrio, que comandou a ação.
Esse foi o segundo megadesmanche encontrado pelo Deic no interior paulista nos últimos sete dias. Na semana passada, foi descoberta uma casa em Taubaté (130 km de SP), onde eram desmanchados carros roubados na região do Vale do Paraíba. Foram utilizados 15 caminhões para recolher as peças encontradas.
No momento da invasão ao ferro-velho, a equipe do Deic flagrou funcionários desmanchando uma picape Mitsubishi L.200, de valor estimado em R$ 70 mil e que havia sido roubada anteontem em Jundiaí (60 km de SP).
Não houve a participação de policiais de Campinas na ação. A delegacia seccional do município só foi avisada da operação momentos antes de ela acontecer.
Entre os detidos estavam duas mulheres, que trabalhavam como atendentes e foram relacionadas no inquérito como testemunhas. Os demais foram presos em flagrante, acusados de receptação, estelionato e formação de quadrilha. O proprietário do ferro-velho, Alfredo de Alcântara, tem passagens na polícia por receptação, furto e estelionato, e não estava no local. Ele continuava foragido até o início da noite de ontem.
Segundo o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt, a polícia acionou a Prefeitura de Campinas e a Secretaria da Fazenda para descobrir se o estabelecimento funcionava regularmente e quantas peças adquiriu legalmente. A prefeitura deve encaminhar fiscais ao local hoje.
"Quem comprou peças aqui deve procurar a polícia, para evitar ser detido com material roubado", afirmou.



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