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VIOLÊNCIA
Vítima costumava correr na área verde, para onde foi na noite de anteontem; polícia não tem pistas do criminoso
Empresário é morto no parque Ibirapuera
DA REPORTAGEM LOCAL
Sete tiros de pistola, um empresário morto e ninguém para contar à polícia o que aconteceu anteontem à noite no mais movimentado parque de São Paulo, o
Ibirapuera, na zona sul.
Guilherme Boris Furmanovich,
47, dono de uma empresa de exportações, foi encontrado caído,
ainda vivo, por volta das 21h. Tinha ferimentos nas costas e na cabeça, segundo a polícia.
Uma pessoa que passava pela
trilha de corrida o viu, perto da
Oca -um dos prédios de exposições do parque- e alertou os
guardas municipais que trabalham na área verde. Próximo dali
havia sete cápsulas deflagradas de
pistola calibre 765.
Apesar de ter sido socorrido de
imediato, Furmanovich não resistiu aos ferimentos e morreu no
Hospital São Paulo.
Ontem, a polícia ainda não sabia explicar o que tinha ocorrido
nem havia encontrado testemunhas. "A polícia trabalha com eliminações. Vamos ver se ele tinha
desafetos, como estava a situação
de sua empresa e se alguma coisa
foi roubada", disse o chefe dos investigadores do 36º DP (Paraíso),
José Eduardo Rala.
Os parentes disseram à polícia
que falariam depois do enterro,
pois estavam abalados. O empresário era casado e tinha três filhos
-de 13, 15 e 18 anos.
O empresário tinha o hábito de
correr no Ibirapuera, segundo familiares. Na noite do crime, Furmanovich saiu sozinho de casa
em seu Audi e estacionou na rua
Venezuela, por volta das 20h.
Um dos vigias da rua, Francisco
Mesquita de Carvalho, disse que a
vítima gostava de parar o carro ali
perto porque havia morado nessa
rua até a semana passada.
Quando o corpo dele foi encontrado, uma hora mais tarde, Furmanovich ainda tinha o relógio
no pulso e as chaves do Audi no
bolso. Aparentemente, informou
a polícia, nada foi levado. Não se
sabe ainda se ele levou três ou cinco tiros, todos pelas costas.
Na hora do crime, cerca de 40
guardas municipais cuidavam da
segurança no parque, segundo a
prefeitura. "Não houve falha na
segurança porque nos parece que
houve um crime premeditado",
afirmou ontem o secretário municipal da Segurança Urbana, Benedito Domingos Mariano.
Desde 24 de janeiro, o horário
de fechamento do Ibirapuera passou das 20h para as 24h. Por causa
disso, o número de guardas subiu
de 116 para 210. Há patrulhamento com bicicleta, motos e carros.
Neste ano, o Ibirapuera, cuja
área é o equivalente a 224 campos
de futebol -cerca de 1,6 milhão
de metros quadrados- registrou
14 tentativas de extorsões, três
tentativas de furto e uma tentativa
de homicídio, crimes evitados pela ação da Guarda Municipal, de
acordo com o secretário.
Mariano disse que outras medidas, como a ampliação da iluminação no parque, serão discutidas
como forma de melhorar a segurança dentro da área verde.
Na região do Ibirapuera, que é
atendida pelo 36º DP (Paraíso),
houve três homicídios neste ano,
mas apenas o do empresário
ocorreu dentro do parque.
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