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São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

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VIOLÊNCIA

Vítima costumava correr na área verde, para onde foi na noite de anteontem; polícia não tem pistas do criminoso

Empresário é morto no parque Ibirapuera

DA REPORTAGEM LOCAL

Sete tiros de pistola, um empresário morto e ninguém para contar à polícia o que aconteceu anteontem à noite no mais movimentado parque de São Paulo, o Ibirapuera, na zona sul.
Guilherme Boris Furmanovich, 47, dono de uma empresa de exportações, foi encontrado caído, ainda vivo, por volta das 21h. Tinha ferimentos nas costas e na cabeça, segundo a polícia.
Uma pessoa que passava pela trilha de corrida o viu, perto da Oca -um dos prédios de exposições do parque- e alertou os guardas municipais que trabalham na área verde. Próximo dali havia sete cápsulas deflagradas de pistola calibre 765.
Apesar de ter sido socorrido de imediato, Furmanovich não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital São Paulo.
Ontem, a polícia ainda não sabia explicar o que tinha ocorrido nem havia encontrado testemunhas. "A polícia trabalha com eliminações. Vamos ver se ele tinha desafetos, como estava a situação de sua empresa e se alguma coisa foi roubada", disse o chefe dos investigadores do 36º DP (Paraíso), José Eduardo Rala.
Os parentes disseram à polícia que falariam depois do enterro, pois estavam abalados. O empresário era casado e tinha três filhos -de 13, 15 e 18 anos.
O empresário tinha o hábito de correr no Ibirapuera, segundo familiares. Na noite do crime, Furmanovich saiu sozinho de casa em seu Audi e estacionou na rua Venezuela, por volta das 20h.
Um dos vigias da rua, Francisco Mesquita de Carvalho, disse que a vítima gostava de parar o carro ali perto porque havia morado nessa rua até a semana passada.
Quando o corpo dele foi encontrado, uma hora mais tarde, Furmanovich ainda tinha o relógio no pulso e as chaves do Audi no bolso. Aparentemente, informou a polícia, nada foi levado. Não se sabe ainda se ele levou três ou cinco tiros, todos pelas costas.
Na hora do crime, cerca de 40 guardas municipais cuidavam da segurança no parque, segundo a prefeitura. "Não houve falha na segurança porque nos parece que houve um crime premeditado", afirmou ontem o secretário municipal da Segurança Urbana, Benedito Domingos Mariano.
Desde 24 de janeiro, o horário de fechamento do Ibirapuera passou das 20h para as 24h. Por causa disso, o número de guardas subiu de 116 para 210. Há patrulhamento com bicicleta, motos e carros.
Neste ano, o Ibirapuera, cuja área é o equivalente a 224 campos de futebol -cerca de 1,6 milhão de metros quadrados- registrou 14 tentativas de extorsões, três tentativas de furto e uma tentativa de homicídio, crimes evitados pela ação da Guarda Municipal, de acordo com o secretário.
Mariano disse que outras medidas, como a ampliação da iluminação no parque, serão discutidas como forma de melhorar a segurança dentro da área verde.
Na região do Ibirapuera, que é atendida pelo 36º DP (Paraíso), houve três homicídios neste ano, mas apenas o do empresário ocorreu dentro do parque.


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