DO ENVIADO ESPECIAL

A Serla (Superintendência Estadual de Rios e Lagoas) informou que está contratando às pressas uma empresa para fortalecer o dique da Companhia Ingá e aumentar sua altura. A obra, orçada em R$ 700 mil, será feita pela Carioca Engenharia. Ontem de manhã, técnicos da empresa foram impedidos de entrar na Ingá. Só à tarde a proibição foi revogada.
O presidente da Serla, Ítalo Moreno Júnior, diz estar mais preocupado com a possibilidade de o lago artificial transbordar do que com fissuras no dique. "Se houver o transbordamento, pode desestabilizar o talude [dique]."
Segundo Moreno Júnior, a obra, que deve demorar três meses, elevará a borda em pelo menos 50 cm e reforçará a compactação do dique. A retirada dos resíduos e o esvaziamento do lago serão feitos depois e custarão R$ 30 milhões, segundo estudo da Feema (Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente).
Um relatório do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) feito em junho do ano passado calcula haver no local 600 mil toneladas de resíduos. Segundo esse relatório, a remoção do material custará R$ 100 milhões.
O promotor Murilo Bustamante disse que a preocupação imediata deve ser a contenção do dique. Segundo ele, a responsabilidade é dos órgãos ambientais do governo estadual. "Vou apurar se foram cumpridos os termos da reunião ocorrida em abril do ano passado e que tratou dos serviços emergenciais na barragem. Se for necessário, pretendo determinar a realização de uma vistoria imediata na companhia." (ST)


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