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Mais 2 laboratórios relacionam vírus à Sars
DA REDAÇÃO
Aumentaram as evidências de
que o principal causador da pneumonia asiática seja uma nova variante do coronavírus (vírus do
resfriado), informaram dois centros de pesquisa. Agora são dez os
laboratórios que relacionam o vírus com a doença respiratória.
Malik Peiris, da Universidade
de Hong Kong, disse que para o
jornal "The Lancet" que encontrou atividade viral em 90% dos
pacientes. "Contudo resta a possibilidade de que outros vírus
atuem como invasores secundários", afirmou.
Preconceito
Julie Gerberding, diretora dos
CDC (Centros para Controle e
Prevenção de Doenças, dos EUA),
disse que a doença não atinge
apenas os asiáticos e alertou contra a discriminação.
No Canadá, cidadãos de origem
chinesa queixaram-se de serem
apontados como culpados pelo
avanço da Sars (sigla em inglês da
síndrome aguda respiratória severa). O país é um dos mais atingidos pela doença respiratória,
com 226 pessoas infectadas e dez
mortes registradas.
Gerberding afirmou que tais
reações são "ilógicas". "Essa não é
uma doença de asiáticos, mas de
pessoas de uma parte do mundo
onde o vírus está se espalhando",
afirmou ela durante uma audiência do Senado dos EUA.
Baratas
O vice-diretor de Saúde de
Hong Kong, Leung Pak-yin, disse
em um programa de rádio que
baratas podem ter espalhado o vírus em um complexo de apartamentos que teve um quarto dos
928 casos do território.
Para o virologista Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, entretanto, faria
muito mais sentido que o vírus
fosse transmitido pelos botões de
elevadores ou por outras superfícies com as quais os infectados tivessem tido contato.
"Nesses lugares, o vírus pode
sobreviver por duas ou três horas.
A barata seria um ambiente muito inóspito para ele, porque esse
tipo de vírus respiratório não consegue se replicar em insetos", afirma Zanotto.
Denúncia
Autoridades chinesas disseram
que o índice de novas infecções
caiu e que a epidemia estava sob
controle na Província de Guangdong, onde ocorreu o primeiro
caso, em novembro.
Mas, em Pequim, médicos afirmam que o governo estava subnotificando a doença. No mínimo, mais três pessoas teriam
morrido de Sars na cidade do que
o relatado oficialmente.
"É impossível que haja apenas
19 casos", disse um médico do
Hospital da Universidade de Pequim. "Não há leitos vazios na
nossa seção de epidemia."
A capital chinesa havia registrado até ontem 19 casos e quatro
mortes das 1.279 infecções e 53
mortes relatadas oficialmente em
todo o país.
Com as agências internacionais
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