UOL


São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mais 2 laboratórios relacionam vírus à Sars

DA REDAÇÃO

Aumentaram as evidências de que o principal causador da pneumonia asiática seja uma nova variante do coronavírus (vírus do resfriado), informaram dois centros de pesquisa. Agora são dez os laboratórios que relacionam o vírus com a doença respiratória.
Malik Peiris, da Universidade de Hong Kong, disse que para o jornal "The Lancet" que encontrou atividade viral em 90% dos pacientes. "Contudo resta a possibilidade de que outros vírus atuem como invasores secundários", afirmou.

Preconceito
Julie Gerberding, diretora dos CDC (Centros para Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA), disse que a doença não atinge apenas os asiáticos e alertou contra a discriminação.
No Canadá, cidadãos de origem chinesa queixaram-se de serem apontados como culpados pelo avanço da Sars (sigla em inglês da síndrome aguda respiratória severa). O país é um dos mais atingidos pela doença respiratória, com 226 pessoas infectadas e dez mortes registradas.
Gerberding afirmou que tais reações são "ilógicas". "Essa não é uma doença de asiáticos, mas de pessoas de uma parte do mundo onde o vírus está se espalhando", afirmou ela durante uma audiência do Senado dos EUA.

Baratas
O vice-diretor de Saúde de Hong Kong, Leung Pak-yin, disse em um programa de rádio que baratas podem ter espalhado o vírus em um complexo de apartamentos que teve um quarto dos 928 casos do território.
Para o virologista Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, entretanto, faria muito mais sentido que o vírus fosse transmitido pelos botões de elevadores ou por outras superfícies com as quais os infectados tivessem tido contato.
"Nesses lugares, o vírus pode sobreviver por duas ou três horas. A barata seria um ambiente muito inóspito para ele, porque esse tipo de vírus respiratório não consegue se replicar em insetos", afirma Zanotto.

Denúncia
Autoridades chinesas disseram que o índice de novas infecções caiu e que a epidemia estava sob controle na Província de Guangdong, onde ocorreu o primeiro caso, em novembro.
Mas, em Pequim, médicos afirmam que o governo estava subnotificando a doença. No mínimo, mais três pessoas teriam morrido de Sars na cidade do que o relatado oficialmente.
"É impossível que haja apenas 19 casos", disse um médico do Hospital da Universidade de Pequim. "Não há leitos vazios na nossa seção de epidemia."
A capital chinesa havia registrado até ontem 19 casos e quatro mortes das 1.279 infecções e 53 mortes relatadas oficialmente em todo o país.


Com as agências internacionais


Texto Anterior: Pneumonia asiática: Segundo caso suspeito é registrado no Brasil
Próximo Texto: Falta regulamentar a lei do fumo, afirma ministro
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.