São Paulo, sábado, 09 de abril de 2005

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ADMINISTRAÇÃO

Firmas são as mesmas criticadas pelo prefeito durante a campanha; convocação foi feita ontem por carta

Serra recontrata empresas de varrição

DA REPORTAGEM LOCAL

A administração do prefeito José Serra (PSDB) recontratou ontem, em caráter emergencial para a varrição das ruas de São Paulo, as mesmas empresas que já prestam o serviço. O contrato valerá por no máximo seis meses e os valores são os mesmos em vigor.
Com o acerto de ontem, Serra manteve na varrição as mesmas empresas que trabalhavam para a prefeitura durante a gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) -que foram alvos de duras críticas durante a campanha eleitoral.
Em setembro de 2004, menos de um mês antes do primeiro turno, Serra afirmou: "Na varrição de rua, o que tem de corrupção comprovada não está escrito".
Ontem, as oito empresas que operam atualmente nos nove lotes da cidade receberam uma carta da secretária municipal de Serviços, Maria Helena Orth, com a proposta de refazer os contratos. Dava um prazo de apenas algumas horas para a resposta.
A pressa é explicada pelo fato de que os contratos em vigor terminam na próxima terça-feira. Todas as oito empresas aceitaram a proposta da prefeitura.
Segundo nota divulgada à imprensa ontem à noite pela assessoria de Serra, a prefeitura economizará com os novos contratos porque eles não sofreram reajuste -estimado pela administração em 10%- em relação aos preços hoje praticados.
No entanto, os contratos acertados ontem são mais caros do que os que estão em vigor porque incluem um serviço a mais: a coleta dos resíduos da varrição -o que até agora era feito por outras empresas. O gasto extra pode ser de até R$ 20 milhões, indicam dados orçamentários da administração.
A prefeitura diz que não haverá interrupção no serviço de varrição e que está em andamento uma contratação definitiva para o setor. Se a licitação terminar antes dos seis meses, os contratos de emergência perdem a validade.
O acerto com as oito empresas que hoje fazem a varrição na cidade foi tumultuado. Na quinta-feira, véspera da entrega das propostas financeiras, a prefeitura cancelou o processo de contratação emergencial alegando problemas técnicos.
Ontem, explicou que as empresas fizeram questionamentos em relação aos "parâmetros" apresentados pela secretaria. "Diante desses questionamentos, ficou claro que não haveria mais tempo suficiente, até o vencimento do contrato em vigor, para o equacionamento e solução de todas as objeções e questionamentos apresentados. Por essa razão, o procedimento foi cancelado", diz a nota da prefeitura. (FABIO SCHIVARTCHE E CONRADO CORSALETTE)

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