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ADMINISTRAÇÃO
Firmas são as mesmas criticadas pelo prefeito durante a campanha; convocação foi feita ontem por carta
Serra recontrata empresas de varrição
DA REPORTAGEM LOCAL
A administração do prefeito José Serra (PSDB) recontratou ontem, em caráter emergencial para
a varrição das ruas de São Paulo,
as mesmas empresas que já prestam o serviço. O contrato valerá
por no máximo seis meses e os valores são os mesmos em vigor.
Com o acerto de ontem, Serra
manteve na varrição as mesmas
empresas que trabalhavam para a
prefeitura durante a gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT)
-que foram alvos de duras críticas durante a campanha eleitoral.
Em setembro de 2004, menos de
um mês antes do primeiro turno,
Serra afirmou: "Na varrição de
rua, o que tem de corrupção comprovada não está escrito".
Ontem, as oito empresas que
operam atualmente nos nove lotes da cidade receberam uma carta da secretária municipal de Serviços, Maria Helena Orth, com a
proposta de refazer os contratos.
Dava um prazo de apenas algumas horas para a resposta.
A pressa é explicada pelo fato de
que os contratos em vigor terminam na próxima terça-feira. Todas as oito empresas aceitaram a
proposta da prefeitura.
Segundo nota divulgada à imprensa ontem à noite pela assessoria de Serra, a prefeitura economizará com os novos contratos
porque eles não sofreram reajuste
-estimado pela administração
em 10%- em relação aos preços
hoje praticados.
No entanto, os contratos acertados ontem são mais caros do que
os que estão em vigor porque incluem um serviço a mais: a coleta
dos resíduos da varrição -o que
até agora era feito por outras empresas. O gasto extra pode ser de
até R$ 20 milhões, indicam dados
orçamentários da administração.
A prefeitura diz que não haverá
interrupção no serviço de varrição e que está em andamento
uma contratação definitiva para o
setor. Se a licitação terminar antes
dos seis meses, os contratos de
emergência perdem a validade.
O acerto com as oito empresas
que hoje fazem a varrição na cidade foi tumultuado. Na quinta-feira, véspera da entrega das propostas financeiras, a prefeitura cancelou o processo de contratação
emergencial alegando problemas
técnicos.
Ontem, explicou que as empresas fizeram questionamentos em
relação aos "parâmetros" apresentados pela secretaria. "Diante
desses questionamentos, ficou
claro que não haveria mais tempo
suficiente, até o vencimento do
contrato em vigor, para o equacionamento e solução de todas as
objeções e questionamentos apresentados. Por essa razão, o procedimento foi cancelado", diz a nota
da prefeitura.
(FABIO SCHIVARTCHE E CONRADO CORSALETTE)
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