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SEM LUZ
Projeto de diminuir risco de falta de luz é para o fim do ano, mas "fenômenos naturais' podem continuar atingindo sistema
Medidas não vão impedir blecautes
da Sucursal do Rio
Com dois grandes acidentes na
rede de transmissão de energia do
país em cinco meses, Furnas Centrais Elétricas só tem projetos para
diminuir os riscos de falta de energia para o final do ano. Mesmo assim, não há garantia, segundo a
empresa, de que não ocorrerão
novos blecautes.
A principal providência tomada
por Furnas depois do blecaute de
novembro, a aceleração da construção da terceira linha entre Foz
do Iguaçu e o Estado de São Paulo,
onde a energia é distribuída, não
eliminará a possibilidade de blecautes, porque, diz a companhia,
fenômenos naturais poderão continuar afetando o sistema.
A nova linha terá 900 km de extensão e está sendo construída a
uma distância de 10 km das duas
atuais, para diminuir a chance de
que novos acidentes interrompam
a transmissão de energia.
Essa construção, que já estava no
projeto original de Itaipu, visa melhorar o desempenho do sistema
de transmissão, evitando o risco
de cortes de energia. O custo total
da obra é de R$ 494,3 milhões.
Duas das sete torres da usina hidrelétrica de Itaipu, derrubadas
por fortes ventos na segunda-feira, devem estar reconstruídas até
sábado, possibilitando o restabelecimento de uma das duas linhas
de transmissão de energia afetadas
pelo acidente. Com isso, não será
mais necessário o corte de energia.
Ontem, o corte nas regiões atingidas (Sudeste, Sul e Centro-Oeste) foi de 1.900 MW, o que representa 4,9% dos consumidores. A
previsão de corte era de 1.800 MW.
Para hoje, o diretor de Operação
de Sistemas da Eletrobrás, Mário
Santos, prevê um corte de 500
MW, "só como precaução".
Amanhã e no fim-de-semana não
deve haver corte de energia, segundo a Eletrobrás.
A assessoria de imprensa de Furnas informou que o trabalho de
reconstrução das torres não irá
atrasar o cronograma previsto para a construção da nova linha de
transmissão de energia.
Segundo o assistente da Diretoria de Operações de Furnas, Carlos
Garnier, 55, a construção dessa linha foi acelerada após o acidente
de novembro do ano passado,
quando dez torres foram derrubadas por ventos.
Garnier disse que, com a nova linha, a probabilidade de acidentes
será menor. "Os ventos fortes afetam uma microrregião e, por isso,
a distância entre as linhas aumenta
a margem de segurança", disse.
As torres de transmissão foram
projetadas para suportar ventos
frontais de até 150 km/h.
A previsão é que em dezembro
esteja pronto o primeiro trecho da
linha de transmissão, que possibilitaria a interligação dos sistemas
Sul-Sudeste. O final da obra está
previsto para julho de 1999.
Com o acidente de segunda-feira, 9 das 18 unidades geradoras em
Foz do Iguaçu -que transportam
5.000 MW- tiveram de ser desligadas porque a energia não pôde
ser transmitida. Cerca de 250 técnicos trabalham na reconstrução
das torres.
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