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ADMINISTRAÇÃO
Dissidentes admitem entendimento, mas ainda ameaçam prosseguir com CPI aprovada anteontem
Rebeldes querem participação na gestão Pitta
MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
Vereadores governistas dissidentes de São Paulo admitiram
ontem que pode haver entendimento com o prefeito Celso Pitta,
desde que haja maior participação
na administração, redistribuição
dos cargos entre todos os vereadores que sustentam o governo e
maior espaço político na gestão.
Publicamente, o grupo mantém
as críticas a Pitta e afirma que
manterá a CPI aprovada anteontem para investigar falta de verba
para a Educação nas gestões do
ex-prefeito Paulo Maluf, quando
Pitta era secretário das Finanças, e
na administração de Pitta. O voto
dos rebeldes foi fundamental para
que a CPI fosse aprovada.
Os dissidentes querem mudanças no secretariado e que os vereadores do "grupo dos seis" (Nelo
Rodolfo, Hanna Garib, Bruno Feder, Brasil Vita, Miguel Colasuonno e Zé Índio) devolvam os cargos
que ocupam no governo.
Para Ivo Morganti (PFL), um
dos líderes do motim, a concentração de cargos nas mãos dos
"seis" causa um desequilíbrio.
"Acho que existem pessoas privilegiadas. E isso não é justo. Essa
pessoa que está sendo beneficiada
está jogando muito mais fácil do
que eu, para a sua reeleição ou para trabalhar pela cidade. Se você
tem 50 postos, em que você faz um
trabalho que a população sabe que
é o vereador tal que resolve, fica
mais fácil para trabalhar sua reeleição", disse Morganti.
"Voltaria a apoiar o prefeito com
uma certeza de que nós teríamos
um secretariado competente, uma
redistribuição do poder municipal
e uma moralização da Câmara
Municipal", afirma o vereador
Paulo Frange (PPB).
Mohamad Mourad (PL) também reivindica maior espaço político. "A participação no governo
se dá de várias formas. E uma participação inclusive dentro do Executivo, que é uma coisa muito
normal e natural de acontecer,
também vai ajudar nesse ponto."
Enquanto Pitta não responde
aos rebeldes, os dissidentes mantêm as ameaças ao prefeito e discutem como seria sua saída.
Na opinião do grupo, a renúncia
do prefeito seria a saída menos
prejudicial à campanha de Paulo
Maluf ao governo do Estado
-que todos dizem apoiar.
"Queremos a saída do prefeito
Celso Pitta para recuperar a governabilidade de São Paulo e a credibilidade da população. Até com
um slogan muito bom: o Paulo
Maluf pôs, o Paulo Maluf tira",
afirma Toninho Paiva (PFL).
"A renúncia seria o único modo
de não prejudicar a campanha do
Maluf", afirma o vereador Armando Mellão (PPB).
Há um apoio declarado ao vice-prefeito Régis de Oliveira
(PFL), que em 97 rompeu com Pitta e foi "despejado" da prefeitura.
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