da Reportagem Local

O comando da Polícia Militar de São Paulo afirma que o aumento no número de civis mortos por policiais está diretamente relacionado à maior presença da PM nas ruas. Além disso, o comando também atribui o maior número de confrontos à "audácia" cada vez maior dos criminosos.
Mas para o corregedor da Polícia Militar, coronel Luiz Carlos de Oliveira Guimarães, o número real de civis mortos pela PM teve um aumento muito menor do que o apontado pelas denúncias à Ouvidoria da Polícia.
"Houve um aumento de cerca de 20% nos casos de resistência e morte, menor do que o acréscimo no número de policiais nas ruas, que ficou entre 25% e 30%", declarou o coronel.
A Secretaria da Segurança Pública ainda não totalizou o número de civis mortos pela PM no primeiro trimestre. Nos dois primeiros meses do ano, foram mortos 29 civis por PMs em serviço.
A média mensal é cerca de 50% maior do que a registrada no ano passado, quando morreram 10,3 civis a cada mês.
O coronel aponta que o fato de a PM ter aumentado 35% o número de prisões em flagrante no último semestre mostra que a tropa está mais presente nas ruas, aumentando a chance de confronto com supostos criminosos.
Guimarães negou que a maior presença da tropa nas ruas implique um uso maior da truculência, como aponta o ouvidor.
"Estamos requalificando e dando cursos de direitos humanos para os policiais com o objetivo de criar uma polícia de proteção à dignidade humana", afirmou.
Polícia Civil
O comando da Polícia Civil não quis comentar os dados do relatório da Ouvidoria.
O delegado-geral de polícia, Luís Paulo Braga Braun, foi procurado por meio de sua assessoria de imprensa, mas não havia telefonado à Folha até a noite de ontem.



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