São Paulo, quinta, 9 de abril de 1998

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SP tem caso suspeito de dengue hemorrágica

da Agência Folha

Um mulher de 35 anos pode ser umas das primeiras no Estado de São Paulo a ter contraído dengue hemorrágica.
Ela foi atendida na segunda-feira em um Posto de Saúde no município de Araçatuba (531 km a noroeste de SP) com todos os sintomas de dengue e com hemorragias no nariz.
O médico que atendeu o caso encaminhou a paciente para novos exames na Vigilância Epidemiológica, mas ela "desapareceu", segundo o secretário de Saúde do município, Antonio Rubens Lima da Costa.
Os agentes de saúde estiveram duas vezes na casa dela, anteontem e ontem, mas não encontrou ninguém. A região de Araçatuba registrou este ano 550 casos de dengue clássica.
Desde segunda-feira, a Secretaria de Saúde e a DIR-6 (Direção Regional de Saúde) estão multando moradores e empresas flagrados com criadouros do mosquito Aedes aegypti na segunda visita dos agentes. As multas variam de R$ 50,00 a R$ 1.700,00.

Vacinação em BH

A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte está discutindo com a Secretaria Estadual de Saúde e a Fundação Nacional de Saúde estratégia de ação para prevenir contra a reurbanização da febre amarela, doença cujo transmissor é o mesmo da dengue, o mosquito Aedes aegypti.
Segundo a chefe do Departamento de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Gilvânia Consenza, o primeiro passo é descentralizar a vacinação, hoje feita por um único posto da Fundação Nacional de Saúde.
A partir da próxima semana, 50 enfermeiros de centros municipais de saúde serão treinados para que o trabalho de vacinação seja ampliado.
Hoje a vacinação contra a febre amarela é espontânea. Mas com a epidemia de dengue, a procura no posto da FNS aumentou de 60 pessoas por dia para 240.
Segundo Consenza, o aumento indica que a população já está preocupada com a possibilidade de volta da doença.
Ainda não está definido se haverá vacinação em massa ou se a imunização será indicada apenas para quem vai viajar para regiões onde há registro da doença.
De acordo com Consenza, há risco de a febre amarela, que teve o último registro na capital mineira na década de 30, voltar, em função da grande infestação do Aedes e da presença silvestre da doença, que contamina macacos, nas regiões noroeste e nordeste de Minas.
Os números da dengue em Belo Horizonte continuam crescendo. Até ontem à tarde foram confirmados 40.815 casos e outras 14.325 pessoas estavam sob suspeita.



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