São Paulo, quinta, 9 de abril de 1998

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Adesão chega a 90% dos professores na BA

CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador

Os professores das faculdades de medicina e administração decidiram ontem aderir à greve dos docentes da UFBA (Universidade Federal da Bahia), que completa dez dias hoje.
Na Faculdade de Medicina, apenas as atividades acadêmicas serão suspensas. "Os alunos e professores de medicina vão manter apenas as atividades de assistência à população", disse o presidente da Apub, Aurélio Lacerda.
Os estudantes decidiram aderir à greve em solidariedade aos professores. Na semana passada, alunos das faculdades de arquitetura, nutrição e biologia também paralisaram suas atividades.
Segundo informações da Apub (Associação dos Professores Universitários da Bahia), 90% dos 2.200 professores universitários da Bahia já aderiram à paralisação. De acordo com a reitoria da universidade, a adesão é de 80%.
Até ontem à tarde, a maioria dos professores da instituição em atividade de classe era de substitutos, que representam 17% do quadro de docentes (349 professores).
A Apub informou que os professores substitutos relutam em aderir à greve porque têm contratos temporários de trabalho (seis meses) com a UFBA e temem que a instituição não prorrogue o prazo de contratação para um ano.
O salário dos professores substitutos da UFBA é de R$ 317,00 (incluindo as gratificações) para uma jornada de trabalho de 20 horas semanais.
Os docentes que têm curso de mestrado e doutorado ganham uma remuneração adicional de 25% e 50%, respectivamente, sobre o valor do salário base.
"Isso significa que há doutores na UFBA que ganham menos de R$ 1.000,00 para trabalhar durante 40 horas por semana", disse Aurélio Lacerda.
Os professores da UFBA entraram em greve por tempo indeterminado desde o último dia 31. Para voltar às atividades, a categoria reivindica reajuste salarial de 48,65%, abertura de novas vagas e a realização de concurso público.
"A partir do próximo dia 14, os cerca de 6.000 servidores da universidade deverão aderir à paralisação", disse o coordenador-geral da Assufba (Associação dos Servidores da UFBA), Renato Jorge.



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