São Paulo, Sexta-feira, 09 de Abril de 1999
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PALACE 2
Ex-deputado deve indenizar vítimas
Justiça sequestra bens de Sérgio Naya

da Sucursal do Rio

Os desembargadores da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinaram ontem, por unanimidade, o sequestro dos bens do ex-deputado federal Sérgio Naya no Brasil e no exterior.
Naya é dono da Sersan, construtora do edifício Palace 2, que desabou em fevereiro de 98, matando oito pessoas. Com a decisão de ontem -ratificação de decisão anterior da 4ª Vara de Falências e Concordatas-, além de não poder vender seus bens, ele perde o direito de administrá-los.
Os desembargadores também condenaram a Sersan, a Matersan (outra empresa do ex-deputado) e Naya a indenizar integralmente as vítimas do Palace 2, rejeitando recurso dos réus contra uma decisão anterior da Justiça, em primeira instância.
O valor das indenizações ainda não foi decidido. Por enquanto, todos os prejudicados no desabamento do prédio estão relatando à Justiça tudo o que perderam. Além dos bens materiais, eles informam quanto acham que deveriam ser ressarcidos por danos morais.
Os advogados de Naya pediam a suspensão da decisão da 4ª Vara de Falências e Concordatas -que vedava o acesso a todos os seus bens- alegando que os imóveis em nome do ex-deputado somam R$ 100 milhões, e ele só deveria R$ 10 milhões de ressarcimento aos moradores.
Os advogados alegavam ainda que o Ministério Público -que, junto com os moradores vitimados, entrou com uma ação civil na Justiça- não tinha competência para entrar com ação. Para eles, somente os moradores poderiam mover a ação. A tese foi rejeitada.
Rauliete Guedes, presidente da Associação dos Ex-Moradores do Edifício Palace 2, considerou a decisão de ontem "uma vitória muito importante". "Estamos muito felizes e comemorando", disse ela por telefone à Folha.
Naya ainda pode recorrer da sentença. A Folha tentou falar com o advogado do ex-deputado, Nilo Batista, mas não o localizou.


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