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PALACE 2
Ex-deputado deve indenizar vítimas
Justiça sequestra bens de Sérgio Naya
da Sucursal do Rio
Os desembargadores da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça
do Rio de Janeiro determinaram
ontem, por unanimidade, o sequestro dos bens do ex-deputado
federal Sérgio Naya no Brasil e no
exterior.
Naya é dono da Sersan, construtora do edifício Palace 2, que desabou em fevereiro de 98, matando
oito pessoas. Com a decisão de ontem -ratificação de decisão anterior da 4ª Vara de Falências e Concordatas-, além de não poder
vender seus bens, ele perde o direito de administrá-los.
Os desembargadores também
condenaram a Sersan, a Matersan
(outra empresa do ex-deputado) e
Naya a indenizar integralmente as
vítimas do Palace 2, rejeitando recurso dos réus contra uma decisão
anterior da Justiça, em primeira
instância.
O valor das indenizações ainda
não foi decidido. Por enquanto, todos os prejudicados no desabamento do prédio estão relatando à
Justiça tudo o que perderam. Além
dos bens materiais, eles informam
quanto acham que deveriam ser
ressarcidos por danos morais.
Os advogados de Naya pediam a
suspensão da decisão da 4ª Vara de
Falências e Concordatas -que vedava o acesso a todos os seus
bens- alegando que os imóveis
em nome do ex-deputado somam
R$ 100 milhões, e ele só deveria R$
10 milhões de ressarcimento aos
moradores.
Os advogados alegavam ainda
que o Ministério Público -que,
junto com os moradores vitimados, entrou com uma ação civil na
Justiça- não tinha competência
para entrar com ação. Para eles,
somente os moradores poderiam
mover a ação. A tese foi rejeitada.
Rauliete Guedes, presidente da
Associação dos Ex-Moradores do
Edifício Palace 2, considerou a decisão de ontem "uma vitória muito
importante". "Estamos muito felizes e comemorando", disse ela por
telefone à Folha.
Naya ainda pode recorrer da sentença. A Folha tentou falar com o
advogado do ex-deputado, Nilo
Batista, mas não o localizou.
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