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RORAIMA
Polícias do Estado e do AM investigam uma conexão internacional de aliciadores de garotas para prostituição
Adolescentes são resgatadas de boates
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Uma conexão internacional de
aliciadores de meninas está sendo
investigada em conjunto pelas secretarias de Segurança Pública
dos Estados do Amazonas e de
Roraima a partir do resgate de nove menores em boates e hotéis de
Boa Vista (RR).
Nas duas últimas semanas, quatro meninas saíram de Manaus,
atraídas por agenciadores com a
promessa de ganhar dinheiro fácil
com a prostituição em programas
que chegam a custar R$ 100.
Além de Boa Vista, elas estariam
sendo levadas para boates das cidades da fronteira com a Venezuela e com a Guiana. Três meninas -Y.R.M., 14, A.P.M.S., 14, e
G.L.S., 14- foram encontradas
na segunda-feira no hotel Três
Nações, no centro de Boa Vista,
por agentes do Departamento de
Inteligência e Cidadania.
Uma delas estava em companhia do guianense Collis Neal
Hercules, preso em flagrante por
crime de corrupção de menor.
Na Delegacia da Mulher, as meninas disseram que o aliciador [o
nome está sob segredo" pagou R$
300 a um taxista para fazer a viagem de 12 horas entre Manaus e
Boa Vista -758 km.
"Elas foram deixadas na cidade
de Jundiá (RR) porque a polícia
de lá desconfiou e as entregou ao
Conselho Tutelar de Rorainópolis, que as liberou", disse a delegada Maria Gleydes Martins Costa.
Segundo o chefe do Departamento de Inteligência, Rogério
Amaro, em Boa Vista as meninas
fizerem contatos com o aliciador,
que as hospedou no hotel, pagando a diária de R$ 50.
Na sexta, o Conselho Tutelar da
Criança e Adolescente de Boa Vista, que está responsável pela guarda das adolescentes, havia tirado
S.C.S.L., 17, da boate Éden.
"Mais quatro meninas de Boa
Vista foram resgatadas das boates
nas mesmas circunstâncias. Trata-se de uma quadrilha internacional que alicia, as mantém em
hotéis com despesas pagas, como
se fossem uma mercadoria de garimpo", disse a delegada.
Ontem, ela pediu ao Juizado da
Infância e Juventude de Boa Vista
o fechamento da boate Zero Grau
depois que duas mulheres amazonenses denunciaram a proprietária por crime de cárcere privado.
Maria Costa disse que a investigação conjunta teve início em
março com o resgate da adolescente P.R.S., 16. Os pais da garota
tinham prestado queixa do desaparecimento em Manaus. "Elas
na verdade são escravas brancas
porque pagam a comida e até a
água que consomem nas boates",
disse a delegada Graça da Silva.
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