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Congonhas recebe pista auxiliar incompleta
Intervenções ainda são necessárias para tornar escoamento de água mais eficiente
Reforma da pista principal deve começar na segunda-feira; parte dos vôos irá para Guarulhos ou será cancelada pelas empresas
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de cerca de dois meses, a Infraero concluiu ontem
as obras da pista auxiliar do aeroporto de Congonhas, em São
Paulo, e a liberou para pouso e
decolagem. Na segunda-feira
começam, entretanto, as intervenções na pista principal, que
devem durar outros 45 dias.
Congonhas é o aeroporto
mais movimentado no país,
com 37 operações por hora, o
que representa cerca de 15 mil
passageiros ao dia.
A liberação da pista auxiliar
ocorreu, porém, sem a implantação do "grooving", como são
chamadas as ranhuras horizontais que auxiliam no escoamento da água nas chuvas fortes.
Sem esse dispositivo de segurança, a pista precisará ser interditada se houver tempestade -como ocorre hoje com a
pista principal, um dos motivos
que obrigam sua reforma.
De acordo com a Infraero, a
falta do "grooving" não coloca
em risco as operações. A implantação do sistema será feita
a partir desta semana e deve
durar 40 dias. O trabalho deverá ocorrer durante a madrugada, sem atrapalhar a "operacionalidade do aeroporto".
Com a realização de obras na
pista principal, o número de
operações (pouso e decolagem)
será reduzido ainda mais. Hoje
são 37 por hora, número que
será reduzido para entre 28 e
33. Em situação normal, a média é de 48 operações por hora.
Essa redução provocará a
transferência de parte de vôos
para o aeroporto de Cumbica,
em Guarulhos, e o cancelamentos de alguns vôos por parte das
empresas. O número total de
remanejamentos e de cancelamentos será anunciado hoje.
A TAM informou que irá
transferir para Guarulhos 38
vôos domésticos e suspenderá
temporariamente outros quatro vôos. A BRA e a Gol não informaram suas alterações.
Risco
As obras da pista principal
serão feitas com um contrato
emergencial, estimado em R$
17 milhões, forma que a própria
Infraero considerava de risco.
Em março, o presidente da
estatal, José Carlos Pereira,
disse que não queria reforma
por meio de um contrato emergencial porque temia questionamentos na Justiça. Isso porque as melhorias estavam sendo discutidas havia muito tempo, o que poderia descaracterizar a emergência da obra.
Pereira disse na ocasião que
tentaria fazer um aditivo no
contrato principal de reforma
do aeroporto. Especialistas ouvidos pela Folha dizem que isso é irregular e poderia provocar a anulação do contrato.
O superintendente regional
da Infraero, Edgar Brandão Júnior, disse que essa escolha
ocorreu após consulta jurídica
e dadas as circunstâncias
atuais, em que há fechamento
da pista pela chuva. "A Infraero
está agindo em favor da segurança do usuário", afirmou ele.
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