|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
"Surfeterapia" ajuda crianças com deficiência
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Guilherme Lima Santos,
4, autista, tinha pavor do
mar. Após ver um siri na
beira d'água, não podia caminhar pela areia sem
chorar. Há pouco tempo,
conseguiu vencer o medo.
Graças a um projeto desenvolvido em Santos (85
km de São Paulo), Guilherme agora não só gosta do
mar, como aguarda ansioso o dia em que encontra
outras 29 crianças, portadores de síndrome de
Down, paralisia cerebral
ou com problemas de
aprendizado e de comportamento na escola, na aula
de "surfeterapia".
A secretária Edna Regina de Lima, 38, mãe de
Guilherme, diz que se
emocionou quando o viu
com a prancha na água pela primeira vez. "Achei que
ele fosse dar trabalho, porque esperneava quando
via o mar, mas não. Agora,
está mais solto, conversa
com as outras crianças."
Indiretamente, a evolução de Guilherme se deve
também a outra aluna,
Manuela Bigão Ferreira, 2.
Ela tem síndrome de
Down e foi a inspiração do
projeto Omelca de "surfeterapia", coordenado pela
mãe dela, a pedagoga Miriam Bigão Moretti.
Segundo ela, o projeto
consiste em aulas práticas
e oficinas pedagógicas. Os
alunos, de 2 a 14 anos, vêm
da rede municipal -30 fazem as aulas práticas e
180, as oficinas. A indicação é definida pelas orientadoras das escolas.
Cinco eixos são trabalhados pelos professores
nas aulas: afeto, sociabilidade, equilíbrio, esquema
corporal e localização espacial. Os alunos passam
por avaliações periódicas
e, na praia, podem ser
acompanhados pelos pais.
Já para as crianças hiperativas, a atividade auxilia
a organização e a concentração. "Ele não ouvia ou
obedecia. Agora está mais
calmo, dormindo à tarde",
diz Rodrigo Santos, tio do
hiperativo Derek Renato
Silva Santos, 3.
Texto Anterior: Punido delegado que associou chacina a "briga de vagabundo" Próximo Texto: Congonhas recebe pista auxiliar incompleta Índice
|