São Paulo, quarta-feira, 09 de maio de 2007

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SAÚDE

"Surfeterapia" ajuda crianças com deficiência

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Guilherme Lima Santos, 4, autista, tinha pavor do mar. Após ver um siri na beira d'água, não podia caminhar pela areia sem chorar. Há pouco tempo, conseguiu vencer o medo.
Graças a um projeto desenvolvido em Santos (85 km de São Paulo), Guilherme agora não só gosta do mar, como aguarda ansioso o dia em que encontra outras 29 crianças, portadores de síndrome de Down, paralisia cerebral ou com problemas de aprendizado e de comportamento na escola, na aula de "surfeterapia".
A secretária Edna Regina de Lima, 38, mãe de Guilherme, diz que se emocionou quando o viu com a prancha na água pela primeira vez. "Achei que ele fosse dar trabalho, porque esperneava quando via o mar, mas não. Agora, está mais solto, conversa com as outras crianças."
Indiretamente, a evolução de Guilherme se deve também a outra aluna, Manuela Bigão Ferreira, 2. Ela tem síndrome de Down e foi a inspiração do projeto Omelca de "surfeterapia", coordenado pela mãe dela, a pedagoga Miriam Bigão Moretti.
Segundo ela, o projeto consiste em aulas práticas e oficinas pedagógicas. Os alunos, de 2 a 14 anos, vêm da rede municipal -30 fazem as aulas práticas e 180, as oficinas. A indicação é definida pelas orientadoras das escolas.
Cinco eixos são trabalhados pelos professores nas aulas: afeto, sociabilidade, equilíbrio, esquema corporal e localização espacial. Os alunos passam por avaliações periódicas e, na praia, podem ser acompanhados pelos pais.
Já para as crianças hiperativas, a atividade auxilia a organização e a concentração. "Ele não ouvia ou obedecia. Agora está mais calmo, dormindo à tarde", diz Rodrigo Santos, tio do hiperativo Derek Renato Silva Santos, 3.


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