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Estudo aponta que mães adolescentes engravidam de homens mais velhos
PAULO DE ARAUJO
DA REPORTAGEM LOCAL
Estudo recém-concluído
pela Secretaria de Estado da
Saúde de São Paulo mostra
que a maioria das mães adolescentes na cidade engravida de
homens, em média, cinco anos
mais velhos.
A pesquisa acompanhou
378 meninas entre agosto de
1997 e fevereiro deste ano em
SP. Em 2005, 105 mil meninas
no Estado entre 10 e 20 anos
engravidaram.
O estudo demonstra que
64,3% dos parceiros dessas
adolescentes são maiores de
21 anos -em média, a idade
dos parceiros é de 22,4 anos; a
das garotas, 17,6 anos.
Para a coordenadora do programa de Saúde do Adolescente da secretaria, Albertina Takiuti, o resultado obriga o governo a redirecionar políticas
voltadas para adolescentes.
Segundo ela, a falta de informação sobre contraceptivos e
camisinha não pode mais ser
apontada como "principal fator" para a gravidez precoce.
O foco agora passa a ser,
portanto, sobre como a menina deve agir com o parceiro
para evitar a gravidez -85,5%
das garotas não querem filhos,
indica o estudo.
Para a coordenadora, as meninas, diante de homens mais
velhos, ficam inibidas a propor
o uso de camisinha. "Precisamos orientá-las a "negociar" o
uso."
No Estado, 16,9% das mães
são adolescentes. De 1998 a
2005, porém, os partos de adolescentes caíram 29% graças a
um "esforço maior na informação", diz Albertina.
Adolescentes
Patrícia Pereira dos Santos,
18, espera seu segundo filho. O
primeiro veio quando ela tinha 15 anos, e começava sua
vida sexual. Opai, quase cinco
anos mais velho, ao saber da
gravidez, disse que não era dele e desapareceu. "Não conseguia acreditar que estava grávida até o dia do parto."
O menino -Hugo Victor-
ficou sob a guarda da tia. Patrícia diz que era muito nova na
época e nem tinha "noção" para pedir a ele que usasse camisinha. Apesar do "susto" da
primeira gravidez, Patrícia resolveu ter mais um filho. Dessa vez, com o consentimento
do seu atual namorado.
Lucimara dos Santos, 17, colega de Patrícia na Casa do
Adolescente (ligada à Secretaria da Saúde, que presta atendimento social e psicológico
aos jovens), também passou
por uma gravidez precoce. Seu
caso, porém, acabou em aborto espontâneo quando ela tinha 15 anos.
"Em uma semana perdi a
virgindade; na outra, fiquei
grávida", conta. A diferença de
idade entre ela e o rapaz é de
sete anos.
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