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TUMULTO
Ambulantes do centro de SP voltaram a se manifestar ontem contra a prefeitura, obrigando lojas a fechar
Comércio perde 60% com manifestações
RENATO KRAUSZ
da Reportagem Local
O comércio na região do chamado centro novo de São Paulo sofreu uma queda de aproximadamente 60% desde a última terça-feira, primeiro dia de protesto
dos vendedores ambulantes.
A avaliação é das associações de
comerciantes das principais ruas
atingidas pelos protestos.
Ontem, os ambulantes voltaram
a se manifestar, fazendo várias
passeatas pela região. Outras duas
manifestações, de aposentados e
de professores, também contribuíram para paralisar o centro.
"As lojas aqui da rua deixaram
de vender cerca de R$ 500 mil desde o início dos protestos", disse
Carlos Alberto Mauro, um dos diretores da Ação Local Barão de
Itapetininga.
Desde a criação do movimento
Viva Centro, deixou de existir o
clube de lojistas e cada rua passou
a ter uma associação.
"Nos dias de protesto praticamente não teve negócio. Estou
atendendo meus clientes em casa.
Todos os comerciantes da rua estão vendendo no máximo 40% do
normal", disse Anete Neuman,
uma das diretoras da Ação Local
Dom José de Barros.
"Só seria pior se, em vez do Dia
das Mães, estivéssemos próximos
do Dia dos Pais", afirmou Marcelo Morais, gerente de uma loja de
moda masculina na mesma rua.
Segundo os comerciantes, as
vendas já haviam caído muito desde dezembro do ano passado,
quando os camelôs expulsos da
praça da República foram para a
região da Barão de Itapetininga e
ruas próximas.
Protesto
A manifestação de ontem começou por volta das 10h30 e foi a que
reuniu mais pessoas desde terça-feira: cerca de 1.500 ambulantes
participaram. O protesto, no entanto, enfraqueceu à tarde e acabou mais cedo, às 16h.
A PM também estava com mais
homens na região. Além dos 240
homens do policiamento local,
havia mais 100 da tropa de choque,
inclusive um pelotão do canil.
Às 10h30, houve um início de
conflito com a polícia, mas depois,
ao contrário do que havia dito anteontem, o comando da PM no local permitiu que as passeatas dos
camelôs fossem realizadas.
Os ambulantes dessa vez saíram
em passeata pelas ruas do chamado centro velho: Direita, 25 de
Março, Augusto Severo etc.
O trânsito ficou interrompido e
todas as lojas fecharam na passagem dos manifestantes. Na rua 25
de Março, por exemplo, nenhuma
loja ficou de portas abertas.
Os ambulantes que insistiam em
trabalhar no centro velho -região ainda não desocupada pela
prefeitura- também eram obrigados a fechar suas barracas. Os
protestos devem continuar até
amanhã, segundo os camelôs.
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