São Paulo, terça, 9 de junho de 1998

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OPINIÃO
Cura pela homeopatia

ARIOVALDO RIBEIRO FILHO

Dentre as mais de 60 especialidades médicas existentes, a homeopatia ocupa o 16º lugar em número de profissionais em exercício no Brasil. É uma especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e conta com o crescente apoio da classe médica em geral.
É inerente a ela o exercício da "medicina da pessoa", atitude médico-filosófica que vê o indivíduo como unidade inter-relacionada ao todo. Um ser integral. Saúde e doença resultariam da harmonia ou desarmonia do ser em relação a si e ao meio que o cerca. Sua base foi descrita por Hipócrates, em 460 a.C, pela observação dos fenômenos da natureza.
Esse método-os semelhantes curam-se pelos semelhantes- foi organizado, demonstrado clinicamente e firmado como terapêutica por Samuel Hahnemann, em 1796. São 200 anos de história.
A homeopatia sobrevive fortalecida como há muitos anos não se via -decerto, não pelo estímulo da poderosa indústria farmacêutica, mas pelo apoio da população, que sempre demonstrou confiança no método. São mais de 15 mil profissionais, que, após concluir o curso médico, passam por três anos de pós-graduação e prestam prova de título de especialista na Associação Médica Brasileira.
O homeopata se prepara para um trabalho que exige bem mais que o conhecimento médico adquirido sob a égide dos cursos tradicionais. Legalmente, em nosso país, só estarão habilitados para o exercício da homeopatia profissionais médicos, veterinários, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos, cada um em sua área.
Para decepção dos céticos, não existe nada de mágico nas dinamizações homeopáticas. Quanto à natureza desse medicamento de quantidade infinitesimal, sabemos que há uma informação transmitida e reconhecida pelo organismo, provavelmente de ordem frequencial, ainda não mensurável com o instrumental disponível.
Aos homeopatas não interessa competir com ninguém, muito menos polemizar com os alopatas; o homeopata é um alopata de formação, que procurou ampliar seu conhecimento para o benefício do doente. Ele saberá os limites e o campo de atuação de cada método. Aqui não cabem radicalismos, mas sim o trabalho de quem estuda e se aperfeiçoa, procurando, por seu livre-arbítrio, exercer uma prática bem fundamentada.
A relação entre alopatas e homeopatas é de somatória de esforços. Foi essa a razão que fez mais de dois terços dos conselheiros da Associação Paulista de Medicina votarem pela inclusão da homeopatia como departamento dessa conceituada entidade.


Ariovaldo Ribeiro Filho, 38, é médico homeopata em São Paulo, com especialização em homeopatia pelo Conselho Federal de Medicina. É diretor da Associação Médica Homeopática Brasileira e autor de "Repertório de Sintomas Homeopáticos", entre outras obras.
E-mail: aribeiro@poboxes.com



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