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EDUCAÇÃO
Ministério vai alegar que deveria ter sido consultado antes; UNE entra com ação contra ministro interino
MEC quer derrubar liminar contra provão
MALU GASPAR
da Reportagem Local
O Ministério da Educação vai
tentar derrubar, na Justiça, a liminar expedida anteontem pela 12ª
Vara da Justiça Federal de Minas
Gerais que suspende o Exame Nacional de Cursos, o provão, em todo o território nacional.
A iniciativa do MEC alimenta a
"guerra jurídica" provocada pela
UNE (União Nacional dos Estudantes) em torno do exame.
Anteontem, a presidente do
Inep, Maria Helena Guimarães de
Castro, havia dito que o MEC não
tentaria cassar a liminar.
Domingo pela manhã, pouco
antes do início da prova, o juiz mineiro Weliton Militão dos Santos
concedeu liminar a pedido da entidade suspendendo o provão em
todo o território nacional.
A decisão não chegou a ser cumprida fora de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, única cidade onde 3.854 alunos deixaram de
fazer a prova.
Nas outras cidades, o exame foi
feito normalmente.
Segundo a assessoria de imprensa da Advocacia Geral da União,
que representa juridicamente o
MEC, o órgão entra hoje com recurso na Justiça alegando que a
decisão do juiz é ineficaz.
A argumentação dos procuradores é que, como a liminar foi pedida pela UNE em uma ação popular, o juiz, antes de tomar a decisão, deveria ter ouvido o ministério, o que não foi feito.
Se o recurso for acatado, a liminar deixa de ter validade e o provão passa a ser legítimo.
O Ministério da Educação ainda
não decidiu como resolver o problema dos estudantes de Belo Horizonte que ficaram sem fazer o
provão, impedidos pela ação dos
oficiais de Justiça do município.
Quem não participa da avaliação
não pode receber o diploma.
Segundo a assessoria de imprensa do Inep, órgão responsável pela
prova, o instituto espera o julgamento do mérito da ação, que deverá ocorrer nos próximos dias,
para definir a situação dos alunos.
Ações
A UNE entrou ontem com uma
ação contra o ministro interino da
Educação, Luciano Oliva Patricio,
por crime de desobediência.
A entidade afirma que o MEC
deveria ter suspendido a prova assim que a liminar foi expedida.
A ação foi contra o ministro interino porque o ministro Paulo
Renato Souza estava nos Estados
Unidos.
A presidente do Inep, Maria Helena Guimarães de Castro, disse
que o órgão não suspendeu o exame porque nem ela, nem o ministro nem o coordenador do provão,
Tancredo Maia Neves, citados na
liminar, foram notificados oficialmente da decisão.
Ontem, o deputado federal
Lindbergh Farias (PSTU-RJ), decidiu participar da polêmica.
Ele entrou com uma ação na Justiça pela anulação do provão.
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